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Ibovespa fecha em alta com perspectiva de votação de medidas fiscais apoiando trégua

17 dez 2024 - 18h11
(atualizado às 20h10)
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O Ibovespa fechou em alta nesta sessão, após tocar na véspera mínimas desde meados do ano, com a perspectiva de a Câmara dos Deputados votar medidas fiscais nesta terça-feira servindo como argumento para uma trégua após três pregões seguidos de queda.

Investidores continuam preocupados com a sustentabilidade da estrutura fiscal do país e a trajetória da dívida, enquanto o Banco Central reforçou que a política fiscal está reduzindo o efeito da política monetária no controle da inflação.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,92%, a 124.698,04 pontos, após acumular uma queda de 4,66% nos três pregões anteriores. Na máxima do dia, chegou a 125.301,37 pontos. Na mínima, a 123.560,06 pontos.

O volume financeiro no pregão desta terça-feira, véspera de vencimento de opções sobre o Ibovespa e contrato futuro do índice, somou 30,3 bilhões de reais.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na parte da tarde que a Casa deveria votar nesta terça-feira a regulamentação da reforma tributária e um dos projetos do pacote fiscal do governo, confirmando a pauta oficial.

Após o fechamento do mercado, a Casa aprovou o primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, que segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em paralelo, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse ser preciso encontrar um "meio do caminho" que viabilize a aprovação no Congresso Nacional dos projetos que compõem o pacote de contenção de gastos sem desidratá-los.

De acordo com o analista-chefe da Levante Inside Corp, Eduardo Rahal, as sinalizações vindas de Brasília de que se pretende avançar com a votação da reforma tributária e do pacote fiscal ainda esta semana proporcionaram um alívio nos mercados.

A bolsa, que mostrava certa resiliência desde o início do dia, renovou máximas da sessão na segunda etapa do pregão, acompanhando as notícias, que ainda ajudaram a desacelerar a alta do dólar ante o real e enfraqueceram as taxas dos DIs.

Na ata da última reunião do Copom, divulgada mais cedo, o BC citou "elementos mitigadores concorrendo com o impacto da política monetária sobre a atividade, tais como os impulsos de crédito e fiscais mais fortes do que antecipados".

O BC também elevou em seus modelos a estimativa para a taxa de juros real neutra de 4,75% para 5,00% ao ano. A medida refere-se ao encontro da semana passada, quando o BC elevou a Selic de 11,25% para 12,25% e sinalizou mais duas altas na mesma magnitude.

De acordo com estrategistas do BTG Pactual, o atual cenário fiscal altamente incerto, o aumento das taxas de juros e a falta de visibilidade sobre possíveis catalisadores de curto prazo indicam um início difícil para 2025 para as ações brasileiras.

DESTAQUES

- VALE ON fechou em alta de 0,5%, quebrando uma série de cinco pregões consecutivos fechando no vermelho. Na China, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 0,06%, a 796,5 iuanes (109,32 dólares) a tonelada. Em Cingapura, o vencimento de referência na Bolsa de Cingapura recuou 0,33%.

- PETROBRAS PN subiu 0,95%, descolando da queda do petróleo exterior, onde o barril de Brent caiu 0,97%. A estatal anunciou que o presidente do conselho de administração, Pietro Mendes, foi indicado pelo presidente Lula para ocupar uma diretoria da ANP. Mendes seguirá à frente do colegiado da Petrobras durante o processo, que envolve aprovação do Senado e posterior nomeação por Lula.

- HAPVIDA ON desabou 11,28% após a ANS divulgar o resultado de estudos relacionados à implementação de uma nova política de preços e reajustes para os planos de saúde. Entre as novas regras propostas, não será permitida a acumulação de índices financeiro e por sinistralidade para cálculos de reajuste. REDE D'OR ON caiu 0,89%.

- BRASKEM PNA subiu 3,81%, em dia de recuperação, após três quedas seguidas, período em que acumulou um declínio de mais de 17%.

- EMBRAER ON avançou 1,98%, tendo no radar anúncio de que a companhia aérea de Luxemburgo Luxair exerceu duas opções de compra envolvendo dois jatos E195-E2 da fabricante brasileira, que haviam sido incluídas em pedido firme de quatro aeronaves assinado no ano passado.

- GPA ON recuou 8,39%, reflexo de realização de lucros, após disparar na véspera, quando fechou em alta de 15,6%. De pano de fundo do movimento, estão notícias de que o empresário Nelson Tanure está interessado no varejista. Na véspera, citando uma fonte, a Reuters publicou que Tanure também iniciou discussões preliminares com o varejista francês Casino, demonstrando interesse em suas ações no GPA.

- ITAÚ UNIBANCO PN encerrou o dia com acréscimo de 0,54%, enquanto BANCO DO BRASIL ON registrou elevação de 1,08%, SANTANDER BRASIL ON subiu 2,76% e BRADESCO PN ganhou 0,76%.

- AUTOMOB ON fechou em alta de 6,38%, desaclerando no final do dia, com agentes financeiros ainda reprecificando os papéis da companhia que estreou na bolsa paulista na véspera, quando saltou quase 180%. Comentando a alta da véspera, analistas da XP expicaram que preço estabelecido para a listagem das ações era apenas uma referência e que o mercado está precificando o negócio em linha com os fundamentos.

- TENDA ON, que não faz parte do Ibovespa, avançou 7,26%, após anúncio na véspera da venda de uma participação em sua divisão de casas pré-fabricadas Alea, bem como divulgação de projeções para 2025, com evento da construtora com investidores nesta terça-feira também no radar. O índice do setor imobiliário na B3 subiu 0,84%.

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