Ibovespa fecha em alta e acumula ganho de 2% na semana
O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, ajudado pelo cenário externo relativamente tranquilo, com ações de empresas relacionadas a consumo entre as maiores altas, em meio à avaliação positiva dos dados de vendas do Grupo Pão de Açúcar no segundo trimestre, apesar do efeito da greve dos caminhoneiros.
O principal índice de ações da bolsa paulista subiu 0,97 por cento, a 76.594,35 pontos. O volume financeiro somou 9,3 bilhões de reais, novamente abaixo da média do ano, de 11,7 bilhões de reais. Em julho, o giro médio diário está em 8,3 bilhões de reais. No mês anterior, foi de 13 bilhões de reais.
Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 2,11 por cento, contabilizando três semanas consecutivas de ganhos.
Profissionais da área de renda variável têm citado que o mercado acionário brasileiro está mais vulnerável a movimentos no exterior, dado o ambiente de menor liquidez, em meio ao período de férias no Hemisfério Norte e sem novidades relevantes no quadro político-eleitoral no Brasil.
Na visão do gestor de uma administradora de recursos em São Paulo, a bolsa brasileira está sem um gatilho específico, dependendo de uma definição no quadro eleitoral, de preferência com notícias mais positivas para um candidato com perfil reformista. "Sem isso, não vemos (a bolsa) andando", disse.
Em Wall Street, nesta sessão, o índice S&P 500 fechou em alta de 0,10 por cento.
O último pregão da semana também foi influenciado por operações visando o vencimento dos contratos de opções sobre ações na segunda-feira, uma vez que o exercício costuma ter entre as séries mais líquidas papéis com relevante peso no Ibovespa, como as ações de Petrobras, Itaú e Vale.
DESTAQUES
- GRUPO PÃO DE AÇÚCAR PN subiu 2,96 por cento, após dados de vendas do segundo trimestre considerados positivos por analistas, com alta de 10,4 por cento na receita líquida total em relação ao mesmo período de 2017, contagiando o setor de varejo como um todo. RD avançou 5,13 por cento e VIA VAREJO UNIT teve alta de 2,32 por cento.
- CIELO encerrou em alta de 3,05 por cento, revertendo as perdas do começo da sessão, quando a ação caiu quase 8 por cento, na primeira reação ao anúncio da renúncia do diretor-presidente da empresa de meios eletrônicos de pagamento. Apesar da avaliação negativa sobre a mudança de comando, o caráter pessoal da saída, sem relação com o desempenho da companhia, e promessa de manutenção da estratégia trouxeram algum alívio aos agentes financeiros.
- ELETROBRAS PNB recuou 0,66 por cento, enquanto e ELETROBRAS ON subiu 0,27 por cento, tendo como pano de fundo a decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de suspender o leilão de privatização das distribuidoras da companhia, marcado para 26 de julho, atendendo a uma decisão da 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro na quinta-feira. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que governo planeja recorrer da decisão judicial e, por enquanto, não trabalha com uma mudança de data para o certame.
- MRV encerrou com acréscimo de 2,18 por cento, após divulgar que elevou em 28,3 por cento os lançamentos no segundo trimestre deste ano, enquanto prevê acelerar o ritmo das operações para atingir a meta de 50 mil imóveis lançados por ano até o fim de 2018.
- PETROBRAS PN subiu 0,89 por cento, enquanto PETROBRAS ON caiu 0,1 por cento, em sessão de alta do petróleo e com comentários do presidente da petrolífera de controle estatal, Ivan Monteiro, de que a empresa está aberta ao debate sobre a periodicidade dos reajustes dos preços dos combustíveis, conforme entrevista do executivo ao jornal Valor Econômico.
- VALE cedeu 0,28 por cento, enquanto o preço do minério de ferro à vista na China ficou praticamente estável.
- BRADESCO PN subiu 2 por cento, com bancos ganhando algum fôlego após uma abertura mais fraca e novamente ajudando no desempenho do Ibovespa. ITAÚ UNIBANCO PN avançou 2,55 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT fechou com alta de 0,1 por cento, enquanto BANCO DO BRASIL valorizou-se 2,54 por cento.
- EMBRAER caiu 4,62 por cento, com as ações ainda pressionadas pela decisão da companhia aérea norte-americana JetBlue de substituir aeronaves da fabricante brasileira em sua frota por modelos A220 da europeia Airbus nessa semana. Também adicionava ruído decisão dos sindicatos de metalúrgicos da Embraer em São Paulo de manter o veto ao acordo com a norte-americana Boeing.
- ULTRAPAR caiu 5,32 por cento, também entre as maiores quedas, com o mercado na expectativa dos resultados da companhia no segundo trimestre, após desempenho considerado fraco por analistas nos primeiros três meses do ano.