Ibovespa fecha em alta puxada por Petrobras em sessão sem Wall St
O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, em sessão de liquidez reduzida em razão do feriado nos Estados Unidos, com as ações da Petrobras avançando cerca de 5 por cento após decisão do Tribunal de Contas da União que abre espaço para a realização do leilão do excedente da cessão onerosa até o fim do ano.
O principal índice de ações da B3 subiu 1,46 por cento, a 74.743 pontos, engatando o quinto pregão seguido de alta, com o ganho no período alcançando 5,85 por cento. O Ibovespa fechou perto da máxima do dia, de 74.904 pontos.
O volume financeiro no pregão, contudo, somou apenas 5,575 bilhões de reais, ante uma média diária em 2018 de 11,8 bilhões de reais, uma vez que a ausência de negócios em Wall Street, em razão do feriado norte-americano do Dia da Independência, esvaziou o pregão brasileiro.
Notícias corporativas domésticas ocuparam o foco das atenções, sem grandes novidades no cenário econômico ou no quadro político-eleitoral.
"A recuperação recente parece indicar que os investidores começaram a enxergar 'valuations' bem mais atrativos em diversas empresas do Ibovespa", disse o sócio da gestora Galt Capital, Igor Lima, destacando que o fundamento das empresas não se deteriorou tão intensamente quanto os preços, tornando as ações mais baratas sob a ótica de múltiplos.
"Nos patamares mais altos do Ibovespa no ano, o peso das expectativas (altas) era maior em comparação aos fundamentos. Agora, essa balança parece ter invertido em favor dos fundamentos, que começaram a ser mais relevantes neste ambiente de preços baixos e expectativa marginalmente ruim", argumentou.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiram 5,43 e 4,86 por cento, respectivamente, ganhando fôlego na parte da tarde após o TCU decidir que novas exigências do órgão que ameaçavam atrasar tratativas para a realização de um mega leilão de áreas do pré-sal, pré-marcado para 29 de novembro, serão válidas apenas a partir de 2019. Analistas do Bradesco BBI consideraram a notícia positiva, evitando que o leilão fosse adiado para 2019. Eles ponderaram, contudo, que o valor a que a Petrobras tem direito ainda é desconhecido e que devem ser divulgados nos próximos 30 a 60 dias. Na Câmara dos Deputados, parlamentares também votavam destaques de projeto que permite venda de fatia na cessão onerosa pela Petrobras.
- ELETROBRAS ON e ELETROBRAS PNB dispararam 17,99 e 16,61 por cento, respectivamente, após a Câmara dos Deputados aprovar na noite de terça-feira regime de urgência para projeto sobre privatização de distribuidoras da empresa, com analistas estimando que o mesmo deve ser votado ainda nesta sessão.
- JBS valorizou-se 3,66 por cento, tendo no radar que o conselho de administração da empresa de alimentos aprovou programa de recompra de até 10 por cento das ações da companhia em circulação no mercado a partir de 9 de agosto. No setor, MARFRIG avançou 5,24 por cento.
- EMBRAER fechou em alta de 3,73 por cento, após disparar quase 8 por cento, renovando máxima intradia em mais de 2 anos, a 28 reais, em meio a expectativas de que um acordo envolvendo uma potencial combinação dos negócios da fabricante brasileira de aeronaves com a norte-americana Boeing será anunciado em breve.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,62 por cento, endossando o desempenho positivo do Ibovespa dada a relevante participação que tem na composição do índice. BRADESCO PN, outro papel com peso expressivo, subiu 1,4 por cento. BANCO DO BRASIL, que anunciou mudanças em sua diretoria, fechou com acréscimo de 2,87 por cento.
- VALE subiu apenas 0,15 por cento, tendo de pano de fundo queda dos preços do minério de ferro na China.
- KROTON caiu 2,16 por cento, maior declínio do Ibovespa, após forte alta nos últimos dois pregões, quando acumulou valorização de mais de 14 por cento.
- LOJAS RENNER cedeu 0,5 por cento, também entre as maiores quedas do Ibovespa. O UBS cortou o preço-alvo das ações para 34,5 reais ante 37 reais anteriormente, conforme relatório que traz revisão das previsões para a varejista, citando expectativas de crescimento mais fraco em 2018 e pressões maiores de despesas operacionais no primeiro semestre de 2018.