Ibovespa fecha em queda afetado por Wall St e sem novidades fiscais; Bradesco PN cai mais de 4%
O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, contaminado pelo viés negativo de Wall Street, enquanto Bradesco também pesou com as preferenciais caindo mais de 4% após resultado trimestral, apesar de alta no lucro e melhora em rentabilidade.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,71%, a 129.713,33 pontos, tendo marcado 129.641,78 pontos na mínima e 130.797,86 pontos na máxima da sessão, sem novidades sobre o pacote fiscal.
Com tal desempenho, o Ibovespa acumulou em outubro uma perda de 1,6%, no segundo mês seguido no vermelho, acumulando em 2024 uma perda de 3,33%.
O volume financeiro no pregão desta quinta-feira somou 20,88 bilhões de reais .
Nos Estados Unidos, os rendimentos dos Treasuries avançaram após dados de auxílio-desemprego e gastos do consumidor mostrando a economia sólida, o que minou as bolsas, que ainda reagiram a notícias de Meta e Microsoft.
Investidores do mercado brasileiro também continuam na expectativa de medidas fiscais prometidas pelo governo brasileiro. E sem o benefício da dúvida por parte dos agentes, as taxas dos DIs voltaram a subir, reverberando no Ibovespa.
O CEO do Bradesco afirmou nesta quinta-feira que o Brasil tem hoje um cenário positivo, à exceção do aspecto fiscal.
O risco de o Banco Central perder as rédeas da inflação com a escalada do gasto do governo com juros da dívida ganhou destaque em reuniões de membros do BC com investidores em Washington na última semana, segundo relatos à Reuters.
O tema também passou a ocupar a pauta de análises de corretoras e bancos de investimentos no Brasil, mas especialistas e membros do governo ainda não veem elementos que levem a essa conclusão.
De acordo com analistas do Itaú BBA, o Ibovespa começou a semana superando a resistência, mas mostra ao longo das últimas tentativas a dificuldade em manter uma sequência de altas, mostrou o relatório Diário do Grafista nesta quinta-feira.
Na segunda-feira, o Ibovespa encerrou acima dos 131 mil pontos, marcando o maior nível de fechamento desde 16 de outubro.
DESTAQUES
- BRADESCO PN recuou 4,39%, mesmo após reportar lucro líquido recorrente de 5,2 bilhões de reais no terceiro trimestre, alta de 13,1% ano a ano, com recuo em provisões e aumento na rentabilidade. O CEO reforçou que as concessões de crédito sempre consideram o retorno ajustado ao risco, com foco na margem líquida, que vem "crescendo com consistência".
- HYPERA ON desabou 8,3%, após o grupo NS, controlador da rival EMS, retirar a proposta de combinação de negócios com a companhia farmacêutica. O conselho de administração da Hypera avaliou na semana passada que a oferta da EMS subestimava o valor da empresa e a rejeitou por unanimidade sem iniciar discussões com a rival.
- BRF ON valorizou-se 2,86%, tendo no radar anúncio da BRF Arabia, joint venture formada pela empresa brasileira de alimentos e a saudita Halal Products Development Company (HPDC), nesta quinta-feira de contrato que prevê a aquisição de 26% da Addoha Poultry Company, empresa avícola da Arábia Saudita, por 84,3 milhões de dólares.
- VALE ON cedeu 0,66%, acompanhando a fraqueza dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas em queda de 0,38%, a 781,5 iuanes (109,75 dólares) a tonelada métrica, depois de atingir uma máxima intradiária de 789,5 iuanes a tonelada no início da sessão.
- PETROBRAS PN fechou com acréscimo de 0,17%, resguardada pelo avanço dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent, usado como referência pela estatal brasileira, encerrou o dia com elevação de 0,84%.
- AMBEV ON recuou 2,24%, após mostrar lucro líquido ajustado de 3,58 bilhões de reais no terceiro trimestre, queda de 11,4% em relação ao mesmo período do ano passado, em resultado afetado em parte por aumento de despesas de imposto de renda no Brasil. O CEO disse que a companhia segue comprometida com expansão de margens após reajustar preços em setembro.