Ibovespa fecha quase estável com pressão de Vale; Suzano e BRF sobem
O Ibovespa fechou praticamente estável nesta quarta-feira, com Vale entre as maiores pressões de baixa, enquanto Suzano serviu como um dos contrapesos positivos após "upgrade" do Morgan Stanley, assim como BRF, que avançou mais de 5%.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,04%, a 126.087,02 pontos, após marcar 125.828,01 pontos na mínima e 126.719,76 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou 22,14 bilhões de reais.
Investidores permanecem reticentes a apostas relevantes na bolsa paulista, uma vez que ainda veem um ambiente incerto para as ações brasileiras no próximo ano, diante de preocupações com o quadro fiscal e a inflação e o efeito dessas questões na trajetória dos juros do país.
Na visão de economistas da Warren Rena, a política fiscal só sairá da berlinda com novas medidas. O "desafio é muito maior do que o efeito integral do pacote anunciado", afirmaram em relatório enviado a clientes. "O governo precisa ampliar -- e muito -- seu esforço fiscal."
Há também expectativas de que o exterior fique menos favorável a países emergentes -- grupo no qual o Brasil está inserido -- após a vitória do republicano Donald Trump nas eleições de novembro nos Estados Unidos, diante de possíveis políticas inflacionárias e um maior protecionismo comercial.
Em Wall Street, a sessão foi de recordes dos principais índices acionários, em performance apoiada por ações de tecnologia, com o dia ainda marcado por declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.
DESTAQUES
- VALE ON caiu 1,95%, mesmo com o avanço dos futuros do minério de ferro na China, enquanto agentes ainda analisavam sinalizações da mineradora em evento anual na véspera, quando também foram divulgadas projeções para 2025.
- PETROBRAS PN caiu 0,63%, acompanhando o declínio do petróleo no exterior. Agentes também repercutiram informação da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou Bruno Moretti para presidir o conselho de administração da estatal no lugar de Pietro Mendes.
- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,62%, ajudando o Ibovespa como contrapeso positivo, assim como BANCO DO BRASIL ON, que fechou em alta de 1,21% e BRADESCO PN, que se valorizou 1,14%.
- BRF ON avançou 5,58%, conforme persiste o otimismo com a indústria de frango, que alimenta expectativas para resultados fortes esperados em 2025. Na véspera, o Itaú BBA elevou previsões para a companhia de alimentos, bem como o preço-alvo, de 19 para 29 reais.
- SUZANO ON subiu 2,6%, endossada por relatório de analistas do Morgan Stanley elevando a recomendação das ações a "overweight" ante "equalweight", bem como preço-alvo dos papéis de 62 para 83 reais. No setor, KLABIN UNIT fechou em alta de 2,65%.
- LWSA ganhou 4,58% após cinco pregões seguidos de queda, com agentes financeiros repercutindo dados de GMV (volume total de mercadorias) transitado pelo ecossistema da companhia durante a Black Friday e em novembro.
- CSN ON cedeu 2,01%, revertendo os ganhos da abertura, quando reagiu ao anúncio de companhia de que "não está mais engajada" no processo de aquisição da Intercement.