Ibovespa opera perto da estabilidade com inflação nos EUA no radar
O Ibovespa titubeava nesta quinta-feira, encontrando suporte positivo das ações da Petrobras com avanço do preço do petróleo no exterior, mas pressão de baixa dos papéis como Vale em razão da queda do minério de ferro, enquanto agentes financeiros repercutiam dados de inflação nos Estados Unidos.
Por volta de 10h50, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,11%, a 130.102,94 pontos, após fechar na mínima em dois meses na véspera. Na máxima até o momento, marcou 130.306,28 pontos. Na mínima, 129.835,43 pontos. O volume financeiro somava 2 bilhões de reais.
Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês(subiu 0,2% no mês passado, mesmo ritmo de agosto, mas acima das previsões (+0,1%), enquanto a taxa em 12 meses avançou 2,4%, abaixo dos 2,5% em agosto, mas acima do esperado por analistas (+2,3%).
Após os dados, operadores aumentaram as apostas de que o Federal Reserve fará um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros em novembro, menor do que a redução de 0,50 ponto adotada em setembro.
Na visão do economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, os dados da CPI referente ao mês de setembro deixam algumas dúvidas sobre o processo de desinflação nos EUA, porém não alteram a percepção de que é provável dois cortes de 0,25 ponto nos juros até o final do ano.
"Mas o ajuste para cima no núcleo certamente vai aumentar a ansiedade com relação à próxima divulgação do PCE", acrescentou, referindo-se ao índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação favorita do Fed.
"Olhando para frente, ainda vamos ter que incluir nas projeções os potenciais impactos decorrentes dos furacões que atingiram o sul do país. Antecipar o que vem por aí em relação à dinâmica inflacionária ficou um pouco mais difícil", ponderou Igliori.
Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, cedia 0,42%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 4,0844%, de 4,067% na véspera.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN avançava 0,94%, favorecida pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent subia 1,21%. A recuperação dos papéis vem após duas quedas seguidas, período em que as PNs acumularam declínio de 3%
- VALE ON recuava 0,18%, afetada pelo movimento dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian fechou em queda de 1,02%.
- COGNA ON perdia 2,26%, acompanhada de perto por YDUQS ON, que caía 1,6%, com o setor de educação novamente na ponta negativa do Ibovespa.
- ITAÚ UNIBANCO PN tinha variação positiva de 0,06%, em dia relativamente positivo para o setor, com BANCO DO BRASIL ON em alta de 0,38% e BRADESCO PN subindo 0,2%. SANTANDER BRASIL UNIT cedia 0,32%.
- CCR ON mostrava acréscimo de 0,08%, tendo no radar dados mostrando que o volume de veículos equivalentes que transitaram pelas estradas administradas pela companhia cresceu 3,8% em setembro sobre o mesmo período do ano passado.
- COSAN ON recuava 0,88%, após anunciar que decidiu não prosseguir nesse momento com a oferta pública inicial de ações (IPO) da subsidiária Moove, que seria precificada na véspera em Nova York.
- ISA CTEEP ON valorizava-se 4,42%, com ações de elétricas mostrando um desempenho mais positivo vide o índice do setor, que subia 0,22%. Também em destaque estavam TAESA UNIT avançava 1,29%.