Ibovespa avança e orbita 124 mil pontos apesar de "liquidação" em Wall Street
O Ibovespa descolava de Wall Street e avançava cerca de 1% nesta segunda-feira, orbitando o patamar dos 124 mil pontos, em movimento endossado pela queda nas taxas dos contratos de DI em dia de recuo nos rendimentos dos Treasuries.
Às 12h03, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 1,07%, a 123.756,28 pontos, tendo abandonado a fraqueza da abertura, quando cedeu a 122.206,78 pontos. Na máxima até o momento, registrou 123.959,23 pontos.
O volume financeiro somava 6,53 bilhões de reais.
A semana começava com perdas relevantes em Nova York, onde o S&P 500 caía 1,67%, em meio a preocupações sobre o domínio das empresas ocidentais em inteligência artificial diante do aumento da popularidade de um modelo chinês.
No mercado de dívida, o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos marcava 4,5525%, de 4,623% na sexta-feira, o que corroborava o alívio na curva de juros no Brasil também e reverberava na bolsa paulista.
O declínio nas taxas dos DI ocorria mesmo após pesquisa Focus mostrar piora nas expectativas para a inflação no Brasil neste e no próximo ano, com economistas elevando previsões para a Selic em 2026.
O noticiário doméstico ainda mostrou que a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva piorou e que a maioria acha que governo errou sobre Pix, segundo pesquisa Genial/Quaest.
DESTAQUES
- ASSAÍ ON saltava 10,08%, com ações de empresas de setores sensíveis a juros avançando na esteira do movimento nos DIs. Também em destaque estavam VAMOS ON, em alta de 7,02%, e MAGAZINE LUIZA ON, subindo 7,54%. O índice do setor de consumo na B3 avançava 2,38%, enquanto o do setor imobiliário tinha elevação de 3,42%.
- BANCO DO BRASIL ON subia 1,95%, com o setor tendo ainda no radar dados mostrando que as concessões de crédito com recursos livres subiram 11,1% em dezembro ante novembro, enquanto a inadimplência caiu a 4,1%. BRADESCO PN ganhava 1,5%, ITAÚ UNIBANCO PN avançava 0,86% e SANTANDER BRASIL UNIT valorizava-se 0,6%.
- CARREFOUR BRASIL ON avançava 5,34%, revertendo a queda da abertura, quando chegou a recuar 6,7%. De acordo com reportagem do Valor Econômico, a família Diniz, um dos principais acionistas do varejista francês Carrefour, controlador do Carrefour Brasil, está avaliando vender suas participações no grupo varejista no país e na França.
- PETROBRAS PN valorizava-se 0,82%, apesar da fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent tinha decréscimo de 0,28%.
- VALE ON mostrava elevação de 0,25%, endossada pelo movimento dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China DCIOcv1 encerrou as negociações do dia com alta de 1,06%, a 810,5 iuanes (111,54 dólares) a tonelada.
- WEG ON caía 7,64%, entre as poucas quedas do Ibovespa, após seis altas seguidas, período em acumulou uma valorização de quase 8%. Incertezas sobre gastos necessários com a infraestrutura de inteligência artificial e receios envolvendo potenciais tarifas comerciais no México serviam como argumento para movimentos de realização de lucros.