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Ibovespa recua 2,9% e fecha na mínima em um mês com receios sobre economia global

2 out 2019 - 17h06
(atualizado às 17h46)
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O Ibovespa fechou em forte queda nesta quarta-feira, tocando mínima em um mês, liderada pelo tombo de mais de 5% das ações da mineradora Vale, em sessão marcada por aversão a risco global diante de preocupações com a economia mundial.

Fachada da B3, bolsa de valores de São Paulo 
29/10/2018
REUTERS/Paulo Whitaker
Fachada da B3, bolsa de valores de São Paulo 29/10/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

As perdas na bolsa paulista ainda foram endossadas por um "tropeço" na votação da reforma da Previdência, com o governo derrotado em um destaque que derrubou novas regras mais rígidas sobre o abono salarial.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,9%, a 101.031,44 pontos, mínima de fechamento desde 3 de setembro. Foi também o maior declínio percentual diário desde 14 de agosto. O volume financeiro no pregão somou 17,1 bilhões de reais.

Nos Estados Unidos, Wall Street fechou com fortes perdas, após dados sobre a criação de empregos no setor privado norte-americano reforçarem temores sobre o ritmo da atividade naquele país, já evidenciados por números da indústria na véspera.

O Relatório Nacional de Emprego da ADP divulgado pela manhã mostrou que os empregadores privados nos EUA criaram 135 mil postos de trabalho em setembro. Economistas consultados pela Reuters previam a criação de 140 mil vagas.

"Os dados de criação de emprego no setor privado dos EUA vieram piores do que as projeções e azedaram o humor no mercado", destacou a equipe da Elite Investimentos mais cedo.

Para o analista Filipe Villegas, da Genial Investimentos, as fortes perdas nas bolsas refletiram uma visão mais conservadora de investidores que estão colocando na conta riscos de uma mudança no ciclo econômico, para crescimentos menores à frente.

"Todo mundo está em momento observação, de adotar postura mais conservadora, levando em consideração que cada vez mais há dados que evidenciam essa mudança de ciclo", afirmou.

A ameaça de nova disputa comercial transatlântica, desta vez entre EUA e União Europeia, endossou as vendas nas bolsas globais, enquanto ainda se espera um desfecho para o embate EUA-China, que já tem afetado as duas maiores economias do mundo.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou os EUA a imporem tarifas sobre 7,5 bilhões de dólares em bens europeus, em disputa sobre subsídios à Airbus, o que levou o governo norte-americano a anunciar itens sujeitos a novas tarifas.

No Brasil, o Senado concluiu a votação em 1º turno da reforma da Previdência, mas ela foi contaminada pelas discussões sobre o pacto federativo e disputas por protagonismo com a Câmara dos Deputados, além de derrota do governo em destaque que reduziu a economia prevista com a reforma.

DESTAQUES

- VALE ON caiu 5,47%, alinhada ao movimento das ações das principais mineradoras globais, em meio às preocupações com a atividade global e potencial efeito na demanda por commodities. Foi a maior queda diária considerando o fechamento desde o tombo de 24,5% em 28 de janeiro após o desastre na barragem de rejeito de minério da empresa em Brumadinho (MG). BRADESPAR PN, que concentra seus investimentos na mineradora, recuou 4,91%.

- BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO PN recuaram 3,86% e 2,75%, respectivamente, entre as maiores pressões de baixa do Ibovespa, com o setor bancário como um todo no vermelho, contaminado pelas vendas generalizadas na bolsa. Também no radar esteve reportagem do portal Uol citando que investigadores da Lava Jato agora apuram se os grandes bancos citados em fases da operação também são responsáveis pelos crimes cometidos. Na reportagem, as instituições reiteram compromisso com regras de prevenção à lavagem de dinheiro. BANCO DO BRASIL ON caiu 3,4% e SANTANDER BRASIL UNIT fechou em queda de 3,04%.

- PETROBRAS PN caiu 2,87%, contaminada ainda pela fraqueza dos preços do petróleo no mercado externo. PETROBRAS ON cedeu 3,6%.

- MARFRIG ON fechou com variação positiva de 0,09%, entre as poucas altas do índice na sessão, dando sequência à valorização dos últimos pregões, enquanto JBS ON caiu 4,40% e BRF ON cedeu 1,18%. Na contramão, MINERVA ON, que não está no Ibovespa, avançou 3,82%, após assinar memorando para formar uma joint venture com dois empresários chineses focada em distribuição de carne bovina na China.

- AREZZO ON valorizou-se 2,96%, entre as poucas altas do índice Small Caps, tendo no radar acordo segundo o qual será distribuidora exclusiva de calçados, vestuário e acessórios da marca Vans no território brasileiro.

- MARCOPOLO PN subiu 2,45%, tendo de pano de fundo dados sobre vendas de ônibus no país, incluindo revisão para cima nas estimativas da Fenabrave para a comercialização da categoria, para quase 37% em 2019.

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