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Ibovespa recua com efeito Americanas e expectativa por anúncio econômico de Haddad

Companhia deu conta de inconsistências contábeis na ordem de R$ 20 bilhões

12 jan 2023 - 12h53
(atualizado às 14h46)
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Americanas (AMER3).
Americanas (AMER3).
Foto: Reprodução, Divulgação / BM&C News

O tom negativo prevalecia na bolsa paulista nesta quinta-feira, 12, com as atenções voltadas para as ações da Americanas após "inconsistências" contábeis da ordem de R$ 20 bilhões no balanço da companhia, que levou à renúncia do presidente-executivo e do diretor financeiro na véspera.

No penúltimo pregão da semana, agentes financeiros ainda repercutiam dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos enquanto aguardam a divulgação de medidas econômicas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Às 12:40, o Ibovespa caía 0,64%, a 111.799,88 pontos, após seis altas seguidas, período em que acumulou elevação de 8%. O volume financeiro somava 9,15 bilhões de reais.

De acordo com análise gráfica da Ágora Investimentos, o Ibovespa seguiu avançando na última sessão, quebrando a primeira resistência aos 111.100 e forçando a linha dos 112.500 pontos.

"Acima deste último ponto, o índice passaria a mirar nos 115.700, nível que poderia motivar uma correção por ser o objetivo após a quebra do antigo canal de baixa no final do ano passado. Do lado inferior, um retorno abaixo dos 111.100 poderia motivar um 'pullback' até o suporte dos 108.000 pontos."

Em Wall Street, o S&P 500 subia 0,2%, após novas evidências de arrefecimento da inflação impulsionarem as apostas de que o Federal Reserve irá diminuir o ritmo de suas futuras altas de juros. Amplamente aguardado, o índice de preços ao consumidor nos EUA caiu 0,1% em dezembro.

"O número mostrou a primeira contração desde maio de 2020 e surpreendeu vindo abaixo do esperado o que nesse caso é uma boa notícia", afirmou o estrategista-chefe da Avenue Securities, William Castro Alves.

"Mas o declínio foi de certa forma tímido e muito derivado da queda dos preços de gasolina", afirmou em comentário a clientes, também chamando a atenção para o núcleo da inflação crescendo em linha com o esperado, "sem maior margem para otimismo na luta com a inflação".

De acordo com Alves, as apostas do mercado seguem sendo de um aumento de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, em 1 de fevereiro.

No Brasil, além do noticiário sobre a Americanas, as atenções estão voltadas para o anúncio de Haddad, às 14h30, no Palácio do Planalto, sobre medidas econômicas, seguido de entrevista à imprensa. O evento deve contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O mercado deve aguardar anúncio e é importante monitorar qual será decisão sobre impostos de gasolina - ou combustíveis no geral - para inflação', ressaltou a Tullett Prebon Brasil, avaliando negativamente os sinais sobre o pacote de ajuste fiscal, dado o foco quase total em receitas.

"Além de não endereçar o problema macroeconômico de gastos, tem potencial redutor de crescimento - revertendo esforços de queda de tributos de empresas", afirmou em nota a clientes.

DESTAQUES

- AMERICANAS ON desabava 90%, a 1,2 real no leilão de abertura, previsto para até às 13h, após a descoberta preliminar de cerca de 20 bilhões de reais em "inconsistências" contábeis no balanço da companhia relativas a transações com bancos e fornecedores. Vários analistas colocaram a recomendação para os papéis sob revisão. Na esteira do anúncio, VIA ON tombava 8,46% e MAGAZINE LUIZA ON caía 3,63%, em meio a receios de investidores de que os problemas na classificação dessas operações possam ocorrer em outros grupos.

- BTG PACTUAL UNIT recuava 4,49%, a 22,75 reais, em sessão com o setor sob pressão, com agentes financeiros também buscando entender os riscos para os bancos do escândalo contábil envolvendo a Americanas. O Bradesco BBI disse que o pior cenário seria os bancos credores terem que dar baixa em dívidas que somam 20 bilhões de reais. SANTANDER BRASIL UNIT caía 2,83%, ITAÚ UNIBANCO PN perdia -2,01%, BRADESCO PN cedia 1,95% e BANCO DO BRASIL ON mostrava declínio de 0,87%.

- CCR ON avançava 3,87%, a 11,8 reais, no terceiro pregão seguido de valorização, com a alta em 2023 já superando 8%. No setor, ECORODOVIAS ON caía 1,44%.

- 3R PETROLEUM ON subia 2,39%, a 45,47 reais, novamente na ponta positiva do Ibovespa, mesmo depois de saltar mais de 13% na véspera, na esteira de dados de produção e recomendação positiva para as ações por analistas do JPMorgan. A alta do petróleo no exterior corroborava o movimento, com outras do setor também em alta. PRIO ON tinha elevação de 0,72% e PETROBRAS PN registrava acréscimo de 0,29%.

- VALE ON mostrava variação positiva de 0,33%, a 93,56 reais. Os contratos futuros de minério de ferro subiram pela terceira sessão consecutiva nesta quinta-feira, com o índice de referência de Cingapura escalando um novo pico de seis meses, sustentado pelo otimismo contínuo quanto às perspectivas de demanda na China, maior produtora mundial de aço.

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