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Ibovespa recua com fiscal no radar em dia de decisão do Fed e vencimentos

18 dez 2024 - 11h48
(atualizado às 14h14)
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O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, após a trégua da véspera, com agentes financeiros analisando texto-base de projeto de ajuste fiscal aprovado pela Câmara dos Deputados, que deve avaliar nesta sessão emendas ao texto para concluir a votação.

Em sessão com vencimento de opções do Ibovespa e de contrato futuro, também está no radar a decisão do Federal Reserve, que deve cortar os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4,25% a 4,50%, que virá acompanhada de previsões econômicas .

Por volta de 11h35, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 1,08%, a 123.355,49 pontos, com o dia também marcado pela alta do dólar ante o real e nas taxas dos DIs, sem alívio na apreensão sobre o quadro fiscal. O volume financeiro na bolsa paulista somava 5,24 bilhões de reais.

Em relatório revisando previsões, economistas do Bradesco afirmaram que o pacote fiscal anunciado trouxe medidas do lado da renúncia de receitas que revelam uma preferência por uma convergência ainda mais lenta da dívida pública.

"Sob essas condições, houve importante deterioração e enorme volatilidade dos preços de ativos, sem um vetor claro de melhora no curto prazo", pontuou a equipe chefiada por Fernando Honorato no documento encaminhado a clientes mais cedo.

A equipe do Bradesco destacou que o Banco Central decidiu reafirmar seu compromisso com a meta de inflação, procurando influenciar o câmbio e as expectativas.

"Apesar da enorme volatilidade dos preços de ativos nos últimos dias, não há indícios inequívocos de que essa estratégia esteja servindo a esses objetivos, neste momento, dada a ausência de uma política fiscal mais consistente", observaram.

Nesse cenário, passaram a trabalhar com a hipótese de uma taxa de câmbio constante, próxima aos últimos níveis, de 6 reais daqui em diante enquanto esperam que a taxa de juros chegue a 15,25% na primeira metade de 2025.

DESTAQUES

- CVC BRASIL ON perdia 6,95%, sem trégua na valorização do dólar ante o real e no avanço das taxas futuras de juros, movimento que tem penalizado papéis sensíveis a consumo ou com níveis elevados de endividamento - ou os dois. MAGAZINE LUIZA ON caía 5,62%, acompanhada de perto por PETZ ON, que cedia 4,59%. O índice do setor de consumo mostrava declínio de 1,41%.

- AZUL PN recuava 6,4%. Relatório do UBS BB cortou preço-alvo da ação de 8,50 para 5 reais e reiterou recomendação "neutra", com os analistas enxergando um cenário desafiador no próximo ano, em parte por causa do câmbio e risco elevado de diluição. A Azul anunciou o lançamento de ofertas de troca de dívida que fazem parte de um amplo plano de reestruturação financeira da companhia aérea cujos termos a empresa vem trabalhando nos últimos meses.

- VALE ON era negociada em baixa de 1,14%, pressionando também o Ibovespa, na esteira da queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 2,63%, a 778,5 iuans (106,86 dólares) a tonelada, o nível mais baixo desde 27 de novembro.

- PETROBRAS PN tinha variação negativa de 0,31%, encontrando algum contrapeso na alta do petróleo no exterior, onde o barril de Brent subia 0,53%.

- BRADESCO PN caía 2,5%, pior desempenho entre os grandes bancos de varejo do Ibovespa, com SANTANDER BRASIL UNIT cedendo 1,83%, ITAÚ UNIBANCO PN perdendo 1,6% e BANCO DO BRASIL ON recuando 0,9%.

- AUTOMOB ON saltava 26%, ainda refletindo movimentos de reprecificaçao dos papéis da companhia que estreou na bolsa paulista na segunda-feira. A Automob nasceu da fusão da Vamos Concessionárias - cindida da Vamos Locação - com a Automob, ambas sob o controle da Simpar. A cotação de estreia, de 0,17 real, foi estabelecida com base na representatividade da nova companhia no Ebitda realizado da Vamos Locação em 2023, de 3,45%. Agora já vale 0,63 real.

- ELETROBRAS ON cedia 0,17%, após a companhia e a União protocolarem no Supremo Tribunal Federal uma petição conjunta solicitando a prorrogação, por mais 60 dias, do prazo para negociação de um acordo consensual no âmbito da ação sobre o poder de voto do governo na empresa após privatização. Segundo nota da Advocacia-Geral da União (AGU), as partes "estão, neste momento, em estágio conclusivo" na Câmara de Mediação e Conciliação da Administração Pública Federal (CCAF).

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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