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Ibovespa recua com pressão de Vale e Petrobras; Banco do Brasil sobe

23 jan 2025 - 18h10
(atualizado às 18h52)
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O Ibovespa encerrou em baixa nesta quinta-feira, pressionado pela queda das ações das blue chips Vale e Petrobras, na contramão dos índices acionários em Nova York, enquanto Banco do Brasil foi destaque positivo.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,4%, a 122.483,32 pontos, após marcar 122.159,03 pontos na mínima e 123.958,44 pontos na máxima do dia. O volume financeiro no pregão somou 18,99 bilhões de reais.

Com uma agenda doméstica esvaziada, acontecimentos externos ocuparam as atenções na sessão, disse a advisor e sócia da Blue3 Investimentos Bruna Centeno, destacando a aparição virtual do presidente norte-americano, Donald Trump, na reunião anual do Fórum Econômico Mundial.

O republicano afirmou que exigirá taxas de juros mais baixas e pedirá à Arábia Saudita e à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que reduzam o custo do petróleo, em discurso por videoconferência a líderes empresariais em Davos, na Suíça.

Em contrapartida, o presidente dos Estados Unidos fez comentários mais moderados em relação à China, afirmando ver um relacionamento muito bom entre ambos os países e esperar que a China possa ajudar a acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia.

"Ele trouxe hoje um tom um pouco mais diplomático, digamos assim, mas com algumas falas um pouco duras principalmente em relação ao Federal Reserve", avaliou Centeno.

Trump também disse que espera que o Fed ouça suas cobranças sobre as taxas de juros, e que consideraria conversar com o chair, Jerome Powell, sobre o assunto.

O mercado tem estado atento às falas do novo presidente dos EUA, que afirmou esta semana que seu governo está discutindo uma taxa de 10% sobre as importações chinesas, além de ameaçar impor tarifas sobre México, Canadá e União Europeia.

Wall Street fechou em terreno positivo, conforme agentes financeiros começam a analisar também a temporada de balanços de empresas norte-americanas, com o S&P 500 registrando um fechamento recorde nesta quinta-feira.

No mercado de dívida, o rendimento do título de 10 anos dos Treasuries avançava a 4,6456% no final do dia, de 4,599% na véspera, enquanto as taxas dos DIs fecharam em alta firme, refletindo operações ligadas ao leilão de prefixados realizado pelo Tesouro pela manhã.

DESTAQUES

- VALE ON caiu 0,65%, exercendo maior pressão do lado negativo do Ibovespa, apesar de alta nos preços do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) fechou em alta de 0,44%, a 801,5 iuanes (110,04 dólares) a tonelada.

- PETROBRAS PN perdeu 0,7%, acompanhando a inversão de direção dos preços do petróleo no mercado externo, que passaram a cair após falas de Trump sobre querer reduzir o custo do combustível. O barril de Brent, referência para a estatal, encerrou com queda de 0,9%, a 78,29 dólares. Em paralelo, a diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, informou nesta quinta que a companhia pode iniciar produção de nova plataforma em Búzios até a próxima semana. No setor, PRIO ON caiu 2,29%, PETRORECÔNCAVO ON recuou 5,05% e BRAVA ENERGIA ON desvalorizou-se 3,46%.

- BANCO DO BRASIL ON avançou 2,26%, na contramão da maioria dos bancos do Ibovespa, com analistas do BTG estimando um avanço da carteira de empréstimos do BB superior ao de seus pares em 2025, apoiado pelo agronegócio. "Embora os bancos privados devam entregar uma qualidade de ativos muito saudável no quarto trimestre, eles já estão sinalizando desaceleração mais acentuada no crescimento da carteira de empréstimos para 2025 em preparação para um cenário macro mais duro, o BB parece diferente", afirmaram em relatório da véspera.

- ITAÚ UNIBANCO PN fechou em queda de 0,21%, assim como BRADESCO PN, que perdeu 0,78%, e SANTANDER BRASIL UNIT, que caiu 1,75%. Na ponta oposta, BTG PACTUAL UNIT encerrou com variação positiva de 0,1%.

- USIMINAS PNA caiu 1,34%, na segunda sessão consecutiva de queda, embora ainda acumule ganho semanal de 2,79%. A companhia anunciou na noite de quarta-feira a emissão de 500 milhões de dólares em dívida a uma taxa de 7,75% e cupom de 7,50%, com vencimento em 2032.

- MINERVA ON perdeu 6,67%, selando o quarto pregão seguido de declínio e somando uma desvalorização de mais de 10% na semana, ainda repercutindo a redução da classificação da ação pelo Citi para neutra, enquanto BRF ON caiu 1,32%. Do lado positivo, MARFRIG ON avançou 4,06% e JBS ON ganhou 1,6%.

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