Ibovespa sobe apoiado em Petrobras, mas ainda caminha para queda semanal
O Ibovespa subia nesta sexta-feira, mas ainda em curso para registrar sua quinta perda semanal, apoiado no desempenho positivo das ações da Petrobras após a estatal detalhar na véspera seu plano de negócios e anunciar o pagamento de 20 bilhões de reais em dividendos extraordinários aos acionistas.
O dia também era de agenda macroeconômica externa cheia, com a divulgação de dados econômicos europeus durante a madrugada, incluindo atividade empresarial da zona do euro e economia da Alemanha, e mais leituras esperadas nos Estados Unidos.
Por volta das 11h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, avançava 0,41%, a 127.437,55 pontos, caminhando para registrar uma ligeira queda de 0,28% na semana. No melhor momento da sessão até agora, marcou 127.996,77 pontos. O volume financeiro no pregão somava 3,1 bilhões de reais.
A recuperação do índice vem após queda de quase 1% na quinta-feira, em meio à ansiedade de investidores pelo pacote de corte de gastos prometido pelo governo, e ainda não apresentado.
"O Ibovespa, depois de fechar na região de resistência em 128.300 pontos, voltou do feriado marcado por um teste no suporte, trazendo apreensão", afirmaram analistas do Itaú BBA em análise técnica Diário do Grafista.
Segundo os analistas, os 128.300 pontos precisam ser superados para assegurar a recuperação e impulso do índice. As próximas resistências são identificadas em 130.100, 131.400 e 132.300 pontos, conforme relatório desta sexta-feira.
Em Wall Street, os futuros acionários não tinham direção definida, à medida que investidores adotavam uma postura cautelosa antes da divulgação de pesquisa sobre atividade empresarial e monitoravam as tensões geopolíticas entre a Rússia e a Ucrânia.
"A gente continua vendo o conflito Rússia-Ucrânia, principalmente a incerteza de como isso pode escalar, favorecendo o movimento para ativos de segurança", afirmou o analista Renato Nobile, da Buena Vista Capital.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN subia 2,14% e PETROBRAS ON avançava 2,56%, embaladas por anúncio de distribuição de dividendos extraordinários no montante de 20 bilhões de reais aos acionistas e detalhamento do seu plano de investimentos de 111 bilhões de dólares entre 2025 e 2029. No novo planejamento, a estatal reduziu o caixa mínimo de referência para 6 bilhões de dólares, ante os 8 bilhões anteriores, e elevou o limite da dívida bruta para 75 bilhões de dólares, ante 65 bilhões antes. Os papéis resistiam ainda à queda nos preços do petróleo no exterior, onde o Brent, referência para a companhia, caía 0,54%, a 73,83 dólares o barril.
- VALE ON caía 0,36%, em linha com os preços dos contratos futuros do minério de ferro, que recuaram em meio ao sentimento de aversão a risco nos mercados financeiros devido ao agravamento do conflito Ucrânia-Rússia. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China recuou 1,2%, a 768,50 iuanes (106,06 dólares) por tonelada. Ainda assim, o contrato subiu 2,9% na semana.
- ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,24%, BANCO DO BRASIL ON tinha variação positiva de 0,12% e BTG PACTUAL UNIT apurava decréscimo de 0,18%, em sessão sem direção única para o setor bancário. Enquanto isso, BRADESCO PN desvalorizava-se 0,73% e SANTANDER BRASIL UNIT caía 0,12%.
- JBS ON tinha valorização de 2,05%, após a processadora de alimentos anunciar que assinou com o governo da Nigéria um memorando de entendimentos para possível investimento de 2,5 bilhões de dólares no país mais populoso da África. O acordo prevê o desenvolvimento de um plano de investimento de cinco anos que inclui a construção de seis fábricas na Nigéria, sendo três de aves, duas de bovinos e uma de suínos.
- CVC ON caía 3,75%, entre as maiores quedas percentuais do Ibovespa, depois de sete pregões fechando no azul. A companhia de turismo informou na quinta-feira que seu conselho de administração aprovou novo programa de recompra de ações, com prazo de 18 meses, no montante de cerca de 3% dos papéis em circulação.