Ibovespa tem avanço discreto em sessão com Powell e BCE
O Ibovespa fechou com uma alta discreta nesta quinta-feira, após trocar de sinal algumas vezes durante a sessão, tendo exportadoras entre as maiores quedas, com destaque para ações de empresas de proteínas, enquanto na ponta positiva sobressaíram-se papéis sensíveis à economia brasileira.
Investidores retornaram do feriado do Dia da Independência tendo no radar números mais fracos do que o esperado do comércio exterior chinês, divulgados na madrugada de quarta-feira, com fala do chair do Federal Reserve e decisão de juros na zona do euro nesta quinta-feira também sob os holofotes.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,14%, a 109.915,64 pontos, após ajustes de fechamento, depois de atingir 110.767,67% no melhor momento e recuar a 108.618,97% na mínima do dia.
Para a Isabel Lemos, gestora de ações da Fator Administração de Recursos, apesar das incertezas externas, endossam alguma resiliência no pregão o fato de algumas ações na bolsa paulista estarem ainda bastante descontadas e a perspectiva para o próximo ano ser de queda na taxa Selic.
Mas ela ponderou que o mercado ainda está muito sensível, apesar da recuperação recente em alguns papéis, e alguns investidores podem estar eventualmente realizando lucros, o que explica movimentos de ajuste na bolsa conforme o noticiário - ora mais positivo, ora mais negativo.
Nos Estados Unidos, Jerome Powell, do Fed, reiterou que o banco central norte-americano está "fortemente comprometido" em controlar a inflação, enquanto, no velho continente, o Banco Central Europeu elevou o juro em magnitude recorde de 0,75 ponto percentual.
A fala de Powell, na visão Letícia Sanches, especialista em renda variável da Blue3, mantém incertezas sobre o peso do próximo aumento de juros na economia norte-americana, com as apostas no mercado ainda divididas entre alta de 0,50 e 0,75 ponto percentual neste mês.
Ela também avaliou que a decisão do BCE foi mais um componente para um pregão menos favorável a ativos de risco.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou no azul, após oscilar entre os campos positivo e negativo durante o pregão, o que referendou o fechamento no azul do Ibovespa, enquanto os rendimentos dos Treasuries de 10 anos avançaram.
DESTAQUES
-MAGAZINE LUIZA ON avançou 7,25%, a 4,29 reais, após forte queda na terça-feira, quando os papéis foram pressionados por sinalizações 'hawkish' de autoridades do banco central brasileiro sobre o rumo da Selic. VIA ON subiu 5,54% e AMERICANAS ON fechou em alta de 3,48%.
- MRV ON valorizou-se 5,06%, a 11,41 reais, com o índice do setor imobiliário avançando 1,18%, após perda na última terça-feira, quando o papel também sofreu com as declarações de autoridades do BC brasileiro.
- GOL PN e AZUL PN subiram 5,36%, a 10,03 reais, e 6,46%, a 16,32 reais, respectivamente, beneficiadas pela queda do dólar em relação ao real.
- VALE ON valorizou-se 1,32%, a 64,51 reais, tendo de pano de fundo a alta dos preços dos contratos futuros de minério de ferro na China e em Cingapura. A mineradora também divulgou previsões para sua produção de níquel e cobre na véspera.
- PETROBRAS PN caiu 0,93%, a 31,8 reais, apesar da alta do petróleo, com o contrato Brent, usado como referência pela companhia, avançando 1,3%, para 89,15 dólares o barril. No setor, PRIO ON recuou 4,07% e 3R PETROLEUM ON perdeu 4,01%.
- JBS ON cedeu 4,99%, a 27,58 reais, em sessão negativa para ações de proteínas na bolsa, com MINERVA ON fechando em baixa de 2,16% e MARFRIG ON perdendo 5,84%, após previsão de queda nas importações chinesas de cortes bovinos e suínos pela de equipe do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
- GPA ON recuou 3,21%, a 22 reais, em mais uma sessão de ajustes após forte valorização no começo da semana, em meio a especulações de volta de Abílio Diniz para a varejista, dona da rede de supermercados Pão de Açúcar. No final da terça-feira, o GPA também divulgou estimativa de inauguração de até 300 lojas até 2024.