IGP-10 tem maior queda da série histórica em junho, diz FGV
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou as maiores quedas da série histórica em junho, tanto em base mensal quanto no acumulado dos últimos 12 meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta sexta-feira, com forte deflação de commodities no período.
O IGP-10 teve baixa de 2,20% neste mês, ante recuo de 1,53% em maio, registrando queda de 6,31% em 12 meses, sendo ambas as deflações mais intensas desde o início dos registros, que remonta a 1993.
"Os preços de commodities de grande importância seguem em queda e puxam para baixo o resultado do índice, com destaque para: óleo diesel (de -5,63% para -15,80%), milho (de -12,48% para -15,63%) e bovinos (de -1,05% para -6,17%)", disse André Braz, coordenador dos índices de preços, sobre a variação do IGP-10 de junho.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, acelerou o declínio a 3,14% neste mês, de queda de 2,25% em maio.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, caiu 0,18% em junho, contra alta de 0,60% no mês anterior, com destaque para a queda de 1,23% do grupo Transportes, que abandonou o avanço de 0,52% registrado em maio.
Ao mesmo tempo, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 1,19% em junho, ante alta de 0,09% no mês passado.
O IGP-10 é mais um de vários indicadores de inflação que têm mostrado trajetória de arrefecimento das pressões de preços no Brasil.
O IPCA de maio, por exemplo, desacelerou bem mais do que o esperado, elevando a perspectiva de que o Banco Central começará a cortar os juros em breve, possivelmente já no terceiro trimestre. A taxa Selic está atualmente em 13,75%.