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IGP-M desacelera para 0,81% em junho; alimentação foi grupo com maior aumento de preços

Índice, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, serve de referência para medir a inflação no País

27 jun 2024 - 08h43
(atualizado às 10h22)
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Foto: matthewennisphotography/iStock

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) do mês de junho cresceu 0,81%, o que representa uma desaceleração em comparação com o mês anterior, quando a taxa foi de 0,89%. O índice, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresenta alta de 1,10% no ano e de 2,45% nos últimos 12 meses.

Em comparação com junho de 2023, o índice tinha registrado taxa de -1,93% no mês e acumulava queda de 6,86% em 12 meses anteriores.

Neste mês, o grupo que apresentou maior aumento de preços foi o de alimentação, que, dentro do Índice de Preços ao Consumidor, subiu 0,96% em relação a maio. Para o coordenador dos Índices de Preços, André Braz, tal aumento foi gerado, principalmente, por ocorrências climáticas.

"Os desafios climáticos e a sazonalidade foram determinantes nos destaques do índice ao produtor e do índice ao consumidor. No Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), as maiores contribuições vieram da soja, do café, da batata e do leite; itens que também tiveram impacto no Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Não por coincidência, a batata e o leite também foram destaques significativos no varejo. Além disso, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou avanço influenciado pela mão de obra”, afirma.

O que é o IGP-M?

O indicador foi concebido no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores. 

O cálculo do indicador tem em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Dessa forma, o resultado do IGP-M é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC). 

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA); 
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC); 
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). 

Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais.

Veja a variação de cada item no mês de junho:

Em junho, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,89%, uma aceleração de menor intensidade em relação a maio, quando registrou alta de 1,06%. O grupo de Bens Finais subiu 1,08% em junho, uma notável aceleração em relação a taxa de 0,06% registrada no mês anterior. Esse acréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de -3,67% para 3,00%, no mesmo intervalo.

A taxa do grupo Bens Intermediários variou 0,42% em junho, suavizando a alta observada no mês anterior, quando registrou 1,03%. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 1,44% para 0,69%.

O estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou uma alta de 1,25% em junho, menos expressiva quando comparado ao mês de maio, quando subiu 2,15%. A desaceleração deste grupo foi influenciada principalmente por itens chave, tais como o minério de ferro, que inverteu sua taxa de uma alta de 8,18% para uma queda de 0,84%, os bovinos, cuja taxa alterou de 0,43% para -2,60%, e mandioca/aipim, que passou de 1,37% para -5,19%.

Em junho, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,46%, avançando em relação à taxa de 0,44% observada em maio. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, quatro delas exibiram aceleração em suas taxas de variação. O maior impacto veio do grupo Alimentação, cuja taxa de variação passou de 0,51% para 0,96%. Dentro desta classe de despesa, é importante destacar o subitem leite tipo longa vida, que passou de 1,60% na medição anterior para 8,86% na atual.

Também apresentaram avanço em suas taxas de variação os grupos Vestuário (-0,58% para 0,42%), Habitação (0,29% para 0,38%) e Despesas Diversas (0,20% para 0,45%). Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: roupas (-0,73% para 0,41%), equipamentos eletrônicos (-0,63% para -0,02%) e serviços bancários (0,02% para 0,73%). 

Em contrapartida, os grupos Transportes (0,66% para 0,28%), Educação, Leitura e Recreação (0,13% para -0,23%), Comunicação (0,58% para 0,07%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,78% para 0,68%) exibiram recuo em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, é importante destacar os itens: gasolina (1,70% para 0,54%), passagem aérea (0,47% para -1,44%), tarifa de telefone móvel (1,26% para 0,16%) e medicamentos em geral (1,44% para -0,07%).

Em junho, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,93%, um valor superior à taxa de 0,59% observada em maio. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações na transição de maio para junho: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou um avanço, passando de 0,25% para 0,48%; o grupo Serviços teve um recuo, passando de 0,50% para 0,29%; e o grupo Mão de Obra registrou novo avanço, variando de 1,05% para 1,61%.

Fonte: Redação Terra
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