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IIF vê efeito 'manada' em saída de capital de países emergentes

Saída de capital passou de US$ 300 milhões em abril para US$ 12 bilhões em maio

9 jun 2018 - 04h04
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O Brasil não é o único emergente a enfrentar o mau humor dos investidores estrangeiros. Só em maio, eles retiraram US$ 12,3 bilhões em recursos aplicados nesses países. No mês anterior, foram US$ 300 milhões. Segundo relatório divulgado, nesta quinta-feira, 08, pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo, com sede em Washington, os recentes episódios sugerem um comportamento de "manada" por parte dos investidores.

Só no mês passado, eles retiraram US$ 6,3 bilhões de fundos alocados em países emergentes. Somando com o que foi retirado de aplicações em bolsa e em renda fixa, o montante dobra. Com isso, a alocação das carteiras globais em bônus de países emergentes caiu para pouco menos de 11,5%, menor nível do ano, ressalta o IIF.

O Instituto observa que vários fatores estão contribuindo para a maior aversão ao risco dos emergentes pelos grandes investidores: riscos domésticos de cada mercado, tensões comerciais, elevação de juros nos países desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos, e o fortalecimento do dólar na economia mundial.

Em momentos de maior estresse no mercado financeiro mundial, o IIF ressalta que os investidores aumentam a seletividade para alocar recursos e avaliam cada país individualmente. Mas nas últimas semanas esse movimento não vem ocorrendo e tanto os emergentes mais vulneráveis como os com fundamentos melhores estão perdendo recursos.

"O padrão dos fluxos nos fundos tem sido marcado por uma falta de seletividade", ressalta o relatório. Este movimento é típico de comportamento de "manada", quando os investidores passam a se guiar pelo comportamento dos demais e não pela avaliação dos fundamentos.

Em uma lista de 41 divisas acompanhadas pelo Broadcast, o real teve a terceira maior desvalorização no ano, atrás apenas das moedas da Turquia e da Argentina. Nesta quinta-feira, 07, o Banco Central da Turquia elevou sua taxa básica de juros de 16,5% a 17,75%, alertando ainda que pode optar por novas altas, caso precise voltar a agir para controlar a inflação.

O caso argentino é mais complexo. Os desequilíbrios nas contas públicas e a postura do governo de Mauricio Macri de manter uma correção apenas gradual dos problemas desagradaram investidores, levando o dólar a bater máxima histórica, a 25,00 pesos. No auge da crise, no início de maio, o BC elevou a taxa básica de juros a 40% e pediu socorro ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que, na quinta-feira anunciou a concessão de um empréstimo US$ 50 bilhões. Para o IIF, a velocidade com que foi obtido o acordo e o montante são "acontecimentos muito bem-vindos".

Estadão
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