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Imóvel: momento é bom para negociar, dizem especialistas

Queda real de preços no primeiro semestre é reflexo de estoques altos

16 jul 2014 - 08h00
(atualizado às 09h46)
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<p>Queda real de preços no primeiro semestre deste ano se deve a estoques altos e alta exagerado dos últimos anos, dizem economistas</p>
Queda real de preços no primeiro semestre deste ano se deve a estoques altos e alta exagerado dos últimos anos, dizem economistas
Foto: Daniel Favero / Terra

Está difícil vender imóveis. Por isso, o mercado passa por um momento de queda de preços no País. É o que dizem especialistas no setor, que acreditam que o consumidor deve usar esta situação a seu favor ao fechar um financiamento.

O preço médio dos imóveis subiu menos do que a inflação no primeiro semestre deste ano. De acordo com o índice FipeZap Ampilado, da Fundação Instituto de pesquisas Econômicas (Fipe), a variação do preço médio do metro quadrado nas 16 cidades que compõem o indicador foi de 3,49% de janeiro a junho. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 3,75% no primeiro semestre deste ano. Houve, portanto, uma queda real no valor dos imóveis na primeira metade de 2014.

“O volume de negociação tem caído e o Brasil vem de um processo em que os preços subiram mais do que o razoável”, diz Samy Dana, professor de economia da Fundação Getulio Vargas. “Está difícil vender imóveis porque os preços não baixaram suficientemente.”

De acordo com Tonico Dias, fundador da imobiliária online Imóvelbid, este é o melhor momento dos últimos anos para o consumidor que está à procura de um imóvel, já que os estoques das incorporadoras estão relativamente altos e a evolução dos preços deve permanecer estável, sem se desgarrar da inflação num período de um ano e meio.

“O setor teve um aumento muito forte entre 2007 e 2013. O que vemos agora é um ajuste, não vai subir muito nem descer tanto [em relação à inflação]”, afirma Dias. Para Samy Dana, a inflação imobiliária deve seguir numa tendência de baixa em função da alta exagerada dos últimos anos. “Devemos assistir a um aumento menor do que a inflação, os preços precisam cair para ficar em equilíbrio. Assim, há mais espaço para descontos”.

Opções de compra

Segundo Tonico Dias, uma dificuldade que o consumidor pode enfrentar neste momento é a liberação de crédito para financiamento pelos bancos, já que a economia do País convive com um cenário de juros altos – a Selic, taxa básica de juros, está no patamar de 11% ao ano -, mas ainda há espaço para negociação dos preços.

A melhor opção, para Dias, é negociar com uma incorporadora de capital aberto que tenha muitos financiamentos, porque o mercado não tem tido muita movimentação. A empresa tem um custo de cerca de 20% ao ano para segurar um imóvel pronto, o que pode ser um prejuízo se não houver comprador. “Neste momento, a necessidade de quem quer vender é maior do que de quem quer comprar. É necessário barganhar, algumas empresas liberam descontos de até 30% no imóvel pronto”, afirma.

Segundo Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira, o mercado de imóveis está mais propício para compras e há perspectiva de mais queda dos preços nos próximos meses.

Para ele, o momento pode ser ainda mais vantajoso para quem costuma pagar aluguel, pela substituição da mensalidade por uma prestação de algo que, após quitado, será do consumidor.

Quem não tem pressa pode guardar o valor da prestação do financiamento, em qualquer tipo de investimento conservador, e, num período de sete ou oito anos, fazer a compra à vista, sugere Domingos. “É preciso entender que, com o dinheiro aplicado, os juros trabalham a seu favor, enquanto que, no financiamento, se paga juros."

Neste momento, quem for comprar um imóvel para investimento deve pensar bem na decisão, diz Domingos, já que as projeções indicam que nos próximos anos a rentabilidade não deve ser alta como vinha sendo, em função da estabilização dos preços.

Fonte: Terra
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