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Indefinição sobre corte de gastos faz dólar subir a R$ 5,81 e derruba Ibovespa

No início da manhã, moeda americana chegou a R$ 5,8194, também influenciada pelo fortalecimento das cotações no exterior

11 nov 2024 - 12h08
(atualizado às 12h15)
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Cotação da moeda americana sobe no mundo
Cotação da moeda americana sobe no mundo
Foto: Paulo Vitor/Estadão / Estadão

A indefinição do governo sobre o pacote de corte de gastos faz efeito no mercado financeiro nesta segunda-feira, 11. A cotação do dólar chegou a atingir R$ 5,8194, em alta de 1,38% no início da manhã, também influenciada pelo fortalecimento da moeda americana no exterior - ainda como efeito da eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. Essa alta, porém, perdeu um pouco de fôlego, e às 11h43 o dólar estava em R$ 5,7865.

A moeda americana é impulsionada no mundo pela perspectiva de que o presidente eleito dos EUA vá implementar políticas protecionistas e pela impaciência do mercado local com a demora na definição do pacote de corte de gastos do governo, de acordo com o analista de mercado da Stonex, Leonel Mattos.

Além disso, segundo ele, o setor público consolidado no País apresentou déficit primário de R$ 245,605 bilhões em 12 meses até setembro, o equivalente a 2,15% do Produto Interno Bruto (PIB), o que indica que as contas públicas estão bem distantes da banda estabelecida pelo arcabouço fiscal, que permite déficit máximo de 0,25% do PIB. Também o boletim Focus trouxe nova piora das perspectivas inflacionárias para 2024, 2025 e 2026, o que reforça a perspectiva de um ciclo mais rígido de altas para a taxa Selic a fim de recuperar a estabilidade de preços no País, avalia.

O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles considera um problema o governo continuar adiando o anúncio sobre o pacote de cortes de gastos porque isso se soma a uma das maiores ameaças ao terceiro mandato do presidente Lula: a dívida pública crescente, que pode começar a esbarrar em 90% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2028, conforme previsão do FMI.

"Essa é a maior ameaça à frente e que vai ser um problema complicado, e vai depender um pouco do ritmo para saber quando vamos chegar lá", disse.

Esse cenário também afeta o mercado de ações. Às 11h19, o Ibovespa, principal índice da B3, recuava 0,17%, aos 127.613,61 pontos, depois de cair 0,41% no início da manhã, aos 127.306,45 pontos. Petrobras PN subia 0,44% e PetroReconcavo, 3,52%, mas ações ligadas ao minério aprofundavam as quedas. Vale cai 1,78%.

Para analistas, essa moderação no ritmo de queda é influenciada em boa medida pelas ações ligadas ao petróleo - ainda que as cotações da commodity caiam acima de 2%. Com uma política de corte de impostos indicada pelo novo governo dos EUA, há expectativa de mais crescimento econômico que poderá beneficiar alguns setores.

Estadão
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