Índice perde fôlego e recua; cena eleitoral adiciona volatilidade
O Ibovespa perdia o fôlego no começo da tarde desta segunda-feira, tendo o declínio das ações da Suzano entre as maiores pressões negativas, enquanto a cena eleitoral segue adicionando volatilidade no pregão, com agentes financeiros nesta sessão à espera de pesquisa Datafolha.
Às 12:28, o principal índice de ações da B3 caía 0,2 por cento, a 76.264,76 pontos. O volume financeiro somava 3,3 bilhões de reais.
Mais cedo, o Ibovespa subiu mais de 1 por cento, oscilando brevemente acima dos 77 mil pontos.
A pesquisa Datafolha estava prevista para ser realizada nesta segunda-feira, com divulgação agendada para após o fechamento do pregão, logo, após o começo dos programas eleitorais em rádio e televisão em 31 de agosto e do ataque ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, na última quinta-feira.
Na visão do economista-chefe da Rio Bravo, Evandro Buccini, o resultado será influenciado pela proximidade com o evento e deve impulsionar o candidato do PSL, mas ele pondera em nota a clientes ser "difícil saber se ele (Bolsonaro) conseguirá manter esse novo patamar".
Para Buccini, o ocorrido aumenta a importância das pesquisas desta semana, com a agenda dos próximos dias incluindo pelo menos mais um levantamento Datafolha e uma pesquisa Ibope.
Mais cedo, pesquisa de intenção de voto para a eleição de outubro encomendada pelo BTG Pactual ao Instituto FSB Pesquisa e realizada nos dias 8 e 9 de setembro mostrou Bolsonaro ampliando a liderança na disputa após o atentado.
Bolsonaro está hospitalizado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, em estado grave se recuperando de ataque com uma faca sofrido em Juiz de Fora (MG) durante ato de campanha, segundo o mais recente boletim médico.
Na quinta-feira, véspera de feriado nacional, em meio a notícias sobre o atentado, o Ibovespa acelerou os ganhos e fechou em alta de 1,76 por cento, reduzindo fortemente as perdas da semana.
O movimento positivo continuou nos American Depositary Receipt (ADR) --os recibos de ações negociados nos EUA-- na sexta-feira, quando não houve negociação na B3 em razão de feriado nacional. Os ADRs da Petrobras subiram 3,86 por cento.
DESTAQUES
- SUZANO recuava 2,2 por cento, tendo de pano de fundo a queda do dólar ante o real, que enfraquecia o setor de papel e celulose como um todo. Reportagem do jornal Valor Econômico também trazia que a companhia desistiu por ora de emitir bônus no exterior devido às taxas mais altas exigidas por investidores.
- BRADESCO PN cedia 0,6 por cento, também abandonando os ganhos do começo da sessão, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN passava a mostrar variação negativa de 0,15 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT perdia 0,3 por cento, com o movimento mais negativo liderado por BANCO DO BRASIL, em baixa de 1,5 por cento.
- PETROBRAS ON subia 0,7 por cento e PETROBRAS PN avançava 1,1 por cento, também reduzindo os ganhos, tendo de pano de fundo expectativas com o cenário eleitoral e o avanço dos preços do petróleo no exterior, mas também notícia de que a companhia estima uma queda na dívida líquida para 69 bilhões de dólares ao final de 2018.
- VALE caía 0,3 por cento, em sessão negativa para os preços do minério de ferro na China.
- BRADESPAR PN subia 4,2 por cento, ajudada por relatório do Itaú BBA, no qual os analistas iniciaram a cobertura da companhia com recomendação 'outperform', com preço-alvo de 36,5 reais.