Indústria de mineração vai estabelecer padrões globais para barragens de rejeitos
As maiores mineradoras do mundo informaram nesta terça-feira que farão uma revisão independente dos padrões internacionais de projetos e manutenção para barragem de rejeitos de atividades minerárias, após o rompimento mortal no mês passado de uma estrutura da Vale em Brumadinho, em Minas Gerais.
O Conselho Internacional de Mineração e Metais, cujos membros incluem Glencore, BHP Group e 25 outros, afirmou que um comitê irá revisar e estabelecer padrões até o fim do ano para classificação e auditoria de barragens de rejeitos, bem como para resposta de emergência.
Atualmente, não existem padrões globais estabelecidos para a indústria de mineração definindo o que é uma barragem de rejeitos, como construí-la e como cuidar dela depois que for desativada.
O passo é a primeira ação definitiva tomada pelo setor de mineração mais amplo desde o desastre do mês passado, quando uma barragem de rejeitos da Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, desmoronou, liberando uma onda de lama que matou mais de 300 pessoas.
As novas normas serão vinculativas para todos os membros, incluindo a Vale, que foi atacada por especialistas do setor, bem como por autoridades brasileiras, por supervisão frouxa de suas instalações de barragens de rejeitos.
Os membros do ICMM "se comprometeram em criar uma mudança radical para a indústria na segurança das instalações de rejeitos, desenvolvendo um padrão internacional reconhecido para as empresas associadas", disse o diretor-presidente do ICMM, Tom Butler.
Butler finalizou o acordo com os CEOs de algumas das maiores mineradoras do mundo na manhã desta terça-feira, nos bastidores da BMO Metals & Mining Conference, na Flórida.
O estudo envolverá especialistas do setor, bem como investidores, grupos comerciais, políticos e outros.