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Inflação desacelera em maio com alimentos e transportes

IPCA chegou a 6,37% em 12 meses, acima dos 6,28% acumulados até em abril e se aproximando do teto da meta de 6,5%

6 jun 2014 - 09h16
(atualizado às 10h38)
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A inflação oficial brasileira desacelerou a 0,46% em maio beneficiada pelos preços de alimentos e transportes, dando força às expectativas de que o Banco Central não deve voltar a elevar os juros tão cedo num cenário também de atividade fraca. Em abril, o indicador havia registrado alta mensal de 0,67%.

<p>Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo atingiu em 12 meses 6,37%, acima dos 6,28% registrados em abril, aproximando-se do teto da meta do governo</p>
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo atingiu em 12 meses 6,37%, acima dos 6,28% registrados em abril, aproximando-se do teto da meta do governo
Foto: Sergio Moraes / Reuters

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou em 12 meses a 6,37%, acima dos 6,28% em abril e a maior variação desde junho de 2013 (6,70%), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O número aproximou-se ainda mais do teto da meta do governo (6,5%), se distanciando do centro da meta (4,5%). 

Pesquisa da Reuters apontava expectativa de alta de 0,43% na comparação mensal e de 6,34% na base anual, na mediana das projeções. Segundo o IBGE, os grupos que mais contribuíram para a desaceleração do IPCA em maio foram Alimentação e Bebidas e Transportes.

No primeiro caso, os preços registraram alta de 0,58% no mês passado, desacelerando ante 1,19% em abril. Ainda assim, o grupo teve o maior impacto no índice, de 0,15 ponto percentual.

Após a forte alta vista no começo do ano devido à seca em várias regiões do País, a pressão sobre os alimentos já vinha enfraquecendo, como esperado por agentes econômicos e pelo próprio BC.

O IBGE informou ainda que o grupo Transportes teve deflação de 0,45% em maio, após alta de 0,32% no mês anterior. O resultado foi influenciado principalmente pela queda de 21,11% nas tarifas aéreas, sendo o principal impacto negativo no IPCA do mês, de -0,11 ponto percentual.

Na semana passada, o BC interrompeu o ciclo de aperto monetário iniciado em abril de 2013 ao manter a Selic em 11% ao ano. Ao explicar a decisão, por meio da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na véspera, passou a ver menos crescimento econômico neste ano, além de ter reduzido as expectativas de inflação em 2014 e 2015, sinalizando que deve manter a taxa básica de juros no patamar atual por mais tempo do que muitos agentes econômicos viam até então.

A economia brasileira iniciou o ano desacelerando, com o Produto Interno Bruto (PIB) crescendo apenas 0,2% no primeiro trimestre. A expectativa de economistas ouvidos na pesquisa Focus do BC é de que o País cresça apenas 1,5% neste ano, abaixo dos 2,5% do ano passado, num momento em que a presidente Dilma Rousseff tenta a reeleição.

Dirigentes do BC vêm argumentado que os efeitos da política monetária ocorrem com "defasagens" e que a recente inflação nos preços dos alimentos era temporária. Mas, por outro lado, o BC demonstra forte preocupação com a inflação de preços administrados e calcula que ela ficará em 5% neste ano.

Em maio, segundo o IBGE, esses preços monitorados subiram 0,59%, desacelerando sobre 0,77% em abril, porém energia elétrica representou o maior impacto no IPCA do mês, de 0,10 ponto percentual, ao subir 3,71% no mês passado.

A pesquisa Focus do BC aponta que a expectativa de economistas é de que o IPCA encerrará este ano a 6,47%.

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