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Inflação sobe 0,69% em fevereiro pressionada por educação

IPCA atingiu 5,68% no acumulado em 12 meses, ante 5,59% em janeiro

12 mar 2014 - 09h17
(atualizado às 10h19)
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Pressionado pelos preços de educação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a alta em fevereiro a 0,69%, um pouco acima do esperado e voltando a subir no acumulado em 12 meses.

Dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a inflação oficial do país atingiu 5,68% em 12 meses, ante 5,59% em janeiro, quando havia avançado 0,55% na comparação mensal.

A meta de inflação do governo é de 4,5% pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Os resultados ficaram ligeiramente acima da expectativa em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam alta de 0,65% em fevereiro na comparação mensal e de 5,64% em 12 meses.

Segundo o IBGE, o principal responsável pelo resultado de fevereiro sobre o mês anterior foi o grupo Educação, com impacto de 0,27 ponto percentual ao registrar alta de 5,97% em fevereiro. Em janeiro, a alta havia sido de 0,57%.

Essa aceleração reflete principalmente os reajustes nas mensalidades de cursos regulares, que subiram 7,64% e exerceram a maior pressão individual no mês, com 0,22 ponto percentual.

Embora a alta nos preços de Alimentação e Bebidas tenha desacelerado em fevereiro para 0,56%, ante 0,84% em janeiro, este foi o segundo grupo com maior impacto no índice do mês, com 0,14 ponto percentual, ainda segundo o IBGE. Em janeiro, o impacto havia sido de 0,21 ponto.

O alívio nos preços deveu-se aos alimentos comprados para serem consumidos em casa, que subiram 0,22% em fevereiro, sobre 0,90% no mês anterior.

"Alimentos foram responsáveis por conter a taxa [de inflação] diante da pressão do grupo educação. O grupo dos alimentos é o mais importante no orçamento das famílias. Ele não exerceu a pressão que havia exercido no mês passado", afirmou a economista do IBGE a jornalistas, Eulina Nunes dos Santos.

Com a expectativa de alta contínua nos preços de serviços e aumento dos custos de energia com os baixos níveis da hidrelétricas, a inflação pode ir a mais de 6% em meados do ano, segundo analistas.

Outros indicadores também mostraram aceleração recente. A primeira prévia de março do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) mostrou forte pressão dos preços no atacado, que levou o índice a acelerar a alta a 1,16% no período.

Embora tenha reduzido o ritmo de aperto monetário ao elevar recentemente a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75%, o Banco Central afirma que com esse cenário de inflação é preciso seguir "especialmente vigilante" no que se refere à política monetária.

Economistas veem nova elevação de 0,25 ponto em abril, encerrando o ciclo de aperto com a taxa básica de juros a 11% no fim de 2014, de acordo com a pesquisa Focus do BC.

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