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Inflação tem mais relação com câmbio e seca do que com maior impulso dos preços, diz Haddad

'No acumulado do ano, a inflação deve ficar dentro da meta', afirma o ministro da Fazenda; sobre o controle de gastos do governo, diz que os esforços focam em 'questões estruturais'

24 out 2024 - 14h36
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ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que ainda há uma preocupação com o impacto da seca na inflação do País, mas deve ficar dentro da meta, ao comentar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15). O indicador teve alta de 0,54% em outubro, após ter subido 0,13% em setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Nós ainda estamos preocupados com a questão da seca, tanto em relação à energia, quanto em relação a alimentos, embora os núcleos tenham apontado uma avaliação superior à esperada", disse Haddad, a jornalistas, em Washington.

Ele ponderou, contudo, que, no mês passado, aconteceu exatamente o oposto. Haddad disse ainda que espera que a inflação brasileira fique dentro da meta ano.

"No acumulado do ano, nós estamos entendendo que a inflação deve ficar dentro da meta, e do meu ponto de vista, tem mais a ver com a questão do câmbio e da seca do que propriamente com algum impulso maior nos preços", concluiu.

Reunião com classificadora de risco

Haddad disse que a sua reunião com representantes da agência de classificação de risco S&P foi "rápida", mas "muito boa". No encontro, foi apresentado um panorama de médio e longo prazo do Brasil, conforme ele.

"Foi um pedido deles para esclarecimentos e conhecimento da posição do governo a respeito do ambiente no Brasil. Foi uma conversa rápida, mas muito boa", disse.

Haddad ponderou que a decisão de uma eventual melhora no rating (classificação) é deles. O diretor sênior de Soberanos na Fitch Ratings, Todd Martinez, avaliou, em recente entrevista ao Estadão/Broadcast, que a agência não vê o Brasil em um caminho claro para outra melhora no rating, após a realizada no ano passado, caso não adote ações do lado das despesas.

"Eles são uma agência independente, e já fizeram uma revisão para cima da nota do Brasil no ano passado, quando a perspectiva não era essa também, ao contrário. Nas eleições, as perspectivas das agências do risco não eram boas, e a Moody's melhorou, a S&P melhorou, a Fitch melhorou", disse.

Segundo ele, trata-se de um processo dinâmico, mas constante. "Nada na economia fica constante, tudo vai se alterando à luz dos desafios que vão surgindo", avaliou.

Encontro com secretária do Tesouro

Na quarta-feira, 23, o ministro também se reuniu com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, antes do jantar do G20, presidido pelo Brasil neste ano. Segundo ele, a conversa foi apenas apara resolver algumas pendências do País em relação ao Tesouro e coisas mais burocráticas, ofícios que precisavam ser respondidos.

"Como está uma fase agora de, de alguma maneira, troca de administração, qualquer que seja o resultado da eleição vai haver uma (administração), então, eu pedi para ela (Yellen) uma atenção em relação às demandas brasileiras", contou Haddad.

Controle de gastos

Sobre o plano de corte de gastos, Haddad afirmou que é parte de questões estruturais do Brasil e não tem relação específica com um ou outro ministério.

Conforme o Estadão/Broadcast mostrou, resistências internas de integrantes da Esplanada dos Ministérios devem tornar mais desafiador o trabalho da equipe econômica para cortar gastos. A reclamação é a de que a agenda de corte de gastos está restrita à equipe econômica.

"A Fazenda trabalha com questões estruturais, o arcabouço fiscal é uma questão estrutural, o reforço do arcabouço é uma questão estrutural, é diferente de fazer bloqueio e contingenciamento, que são momentâneos para fazer com que a lei aprovada pelo nosso governo seja respeitada", explicou Haddad, a jornalistas, em Washington.

"Nós estamos trabalhando com questões estruturais, não diz respeito a este ou aquele ministério, são questões estruturais", reforçou o ministro.

Haddad, que retorna ao Brasil nesta quinta-feira, 24, disse que ainda tem várias reuniões com outros ministérios e com o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve chancelar a agenda de corte de gastos.

Estadão
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