Saiba como escrever um bom currículo, 15 dicas para não errar na hora de se candidatar ao novo emprego.
Por mais que possa parecer óbvio, ter objetividade é indispensável para que o selecionador possa identificar rapidamente os candidatos que se encaixam na vaga disponível. Mesmo que o profissional seja capacitado para múltiplas funções, é preciso elaborar um currículo específico para a vaga desejada. “O que é melhor, um curso de como fazer risotos ou um curso de Word? Depende do cargo desejado”, diz Marcelo Abrileri, presidente da empresa especializada em recolocação Curriculum. “Quem vai ler o currículo tem um foco. Se não é o que está buscando, não vai ler”, acrescenta a consultora de RH do Grupo Soma Desenvolvimento Corporativo Jane Souza.
Não há um número de páginas correto para o currículo, porém, de acordo com Abrileri, não deve ter mais de duas. O tamanho deve acompanhar o número de informações necessárias para a vaga. No entanto, caso o profissional tenha as competências requeridas pela organização e conseguir incluí-las em apenas uma página, melhor.
Não há necessidade de incluir número de documentos como RG, CPF ou título de eleitor. Essas informações são importantes caso o candidato seja contratado, ou seja, após a fase de seleção. Informar os contatos essenciais e mantê-los atualizados é indispensável.
Segundo o presidente da Curriculum, para incluir uma foto no currículo, o profissional deve pensar antes em três questões: a aparência é importante para o cargo? É uma foto bem tirada? A pessoa está bem na foto? “Se a resposta for sim para as três perguntas, então coloque a foto. Se for não para qualquer uma delas, não coloque”, disse Abrileri.
Muitos currículos trazem o item características pessoais, no qual incluem as qualidades como facilidade de integração, competência para trabalho em equipe, disposição. A empresa, porém, irá checar as informações em uma entrevista posteriormente, o que torna desnecessária a presença delas. Caso o candidato opte por incluir, deve se preocupar em não deixar palavras escritas isoladamente, sem sentido. “Precisa ter cuidado para não se tornar uma coisa muito vaga”, afirmou Jane.
Se o profissional estiver cursando uma faculdade, não é preciso dizer que tem o 1º ou o 2º grau completo, essa informação está subentendida. Caso tenha interrompido o ensino superior, vale incluir. “Mesmo se parou a faculdade é importante colocar, porque mostra que a pessoa foi buscar algo, mas não precisa colocar o motivo (de ter parado)”, alertou Jane, acrescentando isso será tratado na entrevista.
Essas três informações não podem faltar e são suficientes. Se o candidato quiser incluir as responsabilidades que teve em seus outros empregos, deve ser sucinto, pois isso será tratado na entrevista. Há currículos que têm informações sobre o porte da empresa, o que pode ser importante, dependendo da vaga. “Eu posso querer contratar alguém que trabalhou em uma empresa pequena para desenvolver o profissional”, afirmou Jane.
Nas seleções em que conhecimentos em inglês e/ou informática são necessários, há, normalmente, a realização de um teste posteriormente. Nesse caso, se o candidato que tem inglês básico coloca intermediário, pode correr o risco de ser testado e não obter desempenho desejado. Por isso, é importante ser honesto nas informações, o que leva à próxima dica.
Colocar informações falsas ou alterá-las, como no caso das competências em línguas, pode, ao invés de beneficiar o profissional, prejudicá-lo. “Se a pessoa faz isso com currículo, entende-se que fará em outras oportunidades”, alertou Jane. No entanto, Abrileri afirmou que omitir algumas informações pode evitar problemas. “Se tem algo que você tem vergonha, não fale. Se o seu conhecimento de inglês é básico, não coloque.”
Mesmo que a vaga desejada não exija conhecimentos da língua portuguesa, os erros devem sempre ser evitados. “Qualquer currículo com erro de português desanima qualquer um”, alertou Abrileri. Segundo ele, caso haja dificuldades com a língua, deve-se pedir ajuda para alguém que saiba antes de enviar o currículo.
Incluir no currículo que é portador de deficiência pode ser benéfico para o profissional. “Há hoje uma escassez de mão de obra de pessoa com deficiência”, disse Abrileri, acrescentando que as necessidades do profissional para trabalhar devem também estar presentes, porque a empresa tem que estar preparada.
Para aqueles que estão no começo de sua vida profissional, o currículo deve conter estágios, experiências obtidas na faculdade, trabalhos voluntários e cursos. “Sempre tem o que incluir”, disse Jane. “Vai ter momentos em que a empresa vai querer o profissional sem nenhuma experiência, e quem tem, perde”, disse Abrileri. “É preciso apenas buscar uma empresa que esteja de acordo com o perfil profissional”, destacou.
Alguns profissionais tentam chamar a atenção pela estética do currículo, construindo-o com cores e formatos diferentes dos usuais. Para a consultora Jane Souza, antes de pensar na cor, o currículo deve ser organizado e objetivo. “Não há problema em utilizar (cores), mas deve ser limpo. O importante é ser organizado. Sendo assim, pode ser verde, amarelo...”, afirmou. Já o presidente da Curriculum aconselha os profissionais a começarem com uma estrutura padrão, “bastante funcional”: nome centralizado; abaixo, em uma fonte menor, dados de contato; em seguida, em uma fonte maior que a do nome, o objetivo profissional; e depois o currículo. “O que o candidato busca é mais importante que o nome”, disse ele.
Quem opta por incluir o valor do último salário recebido, pode, mais do que ajudar a empresa na hora de selecionar os candidatos, ajudar a si próprio. Porém, há o risco de a empresa não chamar o candidato, caso o salário do cargo disponível seja menor que o informado. “Se você for focado em salário, diga (o valor) para não perder tempo, se não, coloque ‘a combinar’”, afirmou Abrileri, acrescentando que não há problema em não colocar o item.
Ter currículos e perfis em redes sociais é importante, até porque algumas empresas pesquisam informações do candidato na internet antes de chamá-lo à entrevista. No entanto, devem-se evitar informações que prejudiquem a imagem do profissional. “Tem que ter bom senso. Fotos pertinentes à área profissional, contatos... Pode descrever com mais detalhes as experiências profissionais, mas sem abusos”, alertou Jane.