Inovação incremental x inovação disruptiva: entenda a diferença
Vivemos tempos em que essas duas macro separações parecem dividir o mundo entre ‘inovaçãozinha’ e ‘inovaçãozona’: precisa funcionar assim?
São várias as maneiras diferentes de uma inovação acontecer, seja por meio de soluções para melhorar a oferta de um produto ou serviço, para alavancar a experiência do cliente e até para modificar a configuração do negócio em si, como propõe Larry Keeley e seus colaboradores, autores do livro "Dez tipos de inovação – a disciplina de criação de avanços de ruptura" (DVS Editora).
Mas, nos dias atuais, o que encontramos mesmo são duas macro separações: inovação incremental x inovação disruptiva, sendo que a primeira delas costumeiramente é vista como algo menor do que uma ideia que nasce da disrupção. Será que precisamos mesmo dividir o mundo em inovações maiores e menores? Conheça melhor o perfil de cada uma.
Incrementar é necessário
Querer que algo fique cada vez melhor é parte da essência do ser humano - e faz parte das dinâmicas de consumo. Melhorar produtos e processos é ação fundamental para garantir competitividade - mas é preciso, também, saber o momento de parar.
Há momentos em que buscar a melhoria de um produto que já existe não funciona mais. Glaucia Guarcello, sócia-líder de Inovação e Ventures da Deloitte Brasil, dá um belo exemplo disso: “Imagine que você produz uma furadeira e investe tempo e dinheiro para que ela seja mais eficiente ao furar a parede para pendurar um quadro. Só que nesse mercado, o que os seus consumidores estão buscando cada vez mais é uma fita que cola o quadro na parede - simples e sem sujeira.”
Incremental
- Tornar-se maior e mais desenvolvido
- Trata-se de uma estratégia para fidelizar o cliente e manter o serviço ou produto competitivo
- Esse tipo de inovação costuma ser mais simples e mais barata
- É também menos arriscada e menos complexa
- O objetivo é propor modificações ou atualizações em produtos e serviços já existentes
- Conhecer a necessidade do cliente atual é essencial
Disrupção e a busca do unicórnio
Disrupção significa ser o primeiro a fazer algo de uma maneira nova e isso é justamente a premissa das startups unicórnio, por isso esse tipo de inovação costuma ser perseguida como o Santo Graal.
No entanto, ela não é para todos. Fazer experimentação, estar aberta a testar algo novo, distribuir autonomia para os profissionais e não ser avessa ao erro. Essas são as principais características de uma instituição que quer praticar inovação disruptiva.
Disrupção
- Ato de interromper, descontinuar
- O objetivo principal é criar um produto ou serviço que apresente uma solução superior à existente
- Essa superioridade precisa ser compreendida pelos consumidores
- Também é necessário que a solução seja acessível, simples, conveniente
- Isso vai gerar uma mudança no comportamento de consumo desse setor
- E a criação de um modelo de negócios diferente dos concorrentes
- Por fim, é preciso fazer com que as pessoas entendam que continuar com as soluções antigas não faz mais sentido
(*) Renata Armas é redatora do Unbox Project, que é uma iniciativa criada por Adriele Marchesini, Rodrigo Guerra e Silvia Paladino para desencaixotar o pensamento crítico que deve(ria) anteceder a inovação.