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Investidores aumentam apostas na queda do real

Na Bolsa de Chicago, contratos que apostam contra o real somaram 21,1 mil na semana encerrada no dia 5 de março, ante 3,2 mil no início de janeiro; ruídos políticos atrapalham desempenho da moeda

9 mar 2021 - 05h11
(atualizado às 07h28)
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As apostas dos investidores na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CME, na sigla em inglês) contra o real nos contratos futuros da moeda brasileira subiram para o maior nível desde novembro do ano passado. Os contratos líquidos vendidos, ou seja, acreditando na queda da moeda, bateram em 21,1 mil na semana encerrada no dia 5 de março, de 15,9 mil da semana anterior, de acordo com dados da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), responsável pela regulação dos mercados futuros e de opções nos Estados Unidos.

Investidores observam cotações de ativos em painel eletrônico do mercado financeiro. 7/3/2016. REUTERS/Aly Song
Investidores observam cotações de ativos em painel eletrônico do mercado financeiro. 7/3/2016. REUTERS/Aly Song
Foto: Reuters

No início de janeiro, as apostas vendidas em real na CME haviam caído para 3,2 mil contratos, o menor nível desde agosto de 2019. Desde então, vêm subindo semana a semana, não só em Chicago, mas também na Bolsa brasileira, a B3.

"É muito difícil ser otimista com o real neste momento", afirma o chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), José Júlio Senna, em evento realizada nesta segunda-feira, em conjunto com o Estadão.

"O real está em patamar muito desconfortável", disse Senna, citando entre os fatores que vêm contribuindo para a desvalorização, os ruídos em Brasília, interferências do governo, políticas de cunho populista de Jair Bolsonaro, falta de apetite do Executivo e Congresso para enfrentar diretamente os desequilíbrios fiscais agora. "Tudo isso atrapalha demais o mercado de câmbio."

Dólar

Enquanto o investidor internacional fica mais pessimista com o real em Chicago, as apostas dos investidores mostram mais otimismo com o dólar, por conta da expectativa de aceleração do crescimento americano com a rápida vacinação e o pacote fiscal de Joe Biden de US$ 1,9 trilhão, aprovado na Câmara. As posições vendidas na moeda americana caíram novamente na semana passada, a segunda seguida de baixa, para o menor nível desde dezembro, ressaltam os estrategistas do moedas do Rabobank citando os números do CFTC.

As apostas compradas em euro, ou seja, acreditando na valorização da moeda europeia, também caíram, recuando ao menor nível desde julho de 2020. Já a libra esterlina é a grande estrela no momento em Chicago, com as apostas líquidas compradas chegando ao maior patamar desde abril de 2018, aponta o Rabobank. O otimismo com a rápida vacinação no Reino Unido está ajudando a valorizar a libra, observa o banco holandês. Ao mesmo tempo, a vacinação mais lenta na Europa ocidental tem preocupado investidores, completam.

Estadão
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