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Investidores externos apostam no Brasil em 2020

Com a alta do crescimento no País e a economia internacional em desaceleração, a Bolsa brasileira deverá ser um dos destaques do mercado

23 set 2019 - 09h11
(atualizado em 24/9/2019 às 21h44)
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O megainvestidor americano Ray Dalio, fundador, copresidente e codiretor de investimentos da Bridgewater, que administra um dos maiores fundos de hedge do mundo, aposta que, em 2020, com a retomada do crescimento, a Bolsa brasileira será um dos destaques globais.

Segundo um relatório produzido pela empresa para a clientela, o Brasil deverá acentuar a retomada no ano que vem, deixando para trás, enfim, os resquícios da recessão que terminou formalmente em 2016, mas deixou um rastro de destruição cujos efeitos se fazem sentir até hoje. "Considerando que os preços já incorporaram um desconto pelos equívocos do governo na administração e pela fraqueza da economia, acreditamos que há um espaço considerável para os ativos brasileiros surpreenderem pelo lado positivo", diz o relatório produzido para a clientela.

De acordo com o diretor executivo de Tesouraria e Mercados Globais do Itaú Unibanco, Christian Egan, diversos gestores de portfolio, que não vinham ao Brasil há dois ou três anos, estão desembarcando aqui para visitar empresas e checar como está o ambiente em Brasília. Egan afirma que, hoje, o Brasil leva vantagem na América Latina, porque seus dois principais concorrentes, o México e a Argentina, estão em situação muito pior. "Em decorrência da desaceleração global e da guerra comercial entre Estados Unidos e China, a gente vai começar a colher esses frutos um pouco mais tarde do que se imaginava ou com uma intensidade um pouco menor", diz.

Na avaliação de Egan ainda há muito espaço para aumentar a alocação para o Brasil dos fundos globais, nos quais o País chegou a representar 2,5% em média da carteira nos idos de 2010 e hoje tem uma fatia de 0,8%. O mesmo se pode dizer, segundo ele, em relação aos fundos internacionais de mercados emergentes, nos quais o Brasil chegou a representar 16% da carteira, em 2008 e agora está próximo de 8%. "Se houver crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), o case Brasil será muito forte", afirma.

De acordo com Egan, ainda é cedo para dizer se os sinais mais vigorosos de retomada observados neste terceiro trimestre vão impactar as projeções do banco para o PIB de 2020, hoje de 1,7%. Eles mostram, porém, em sua visão, que há um viés "claramente positivo" em relação à situação de um mês atrás, reforçado pela queda dos juros no País, que só agora está começando a ser sentida na economia.

Estadão
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