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IPCA desacelera mais que o esperado em junho com alimentos e serviços, mas taxa em 12 meses supera 4%

10 jul 2024 - 09h05
(atualizado às 10h29)
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A inflação perdeu força no Brasil em junho e ficou abaixo do esperado com pressão menos intensa nos preços de alimentação e de serviços, embora a taxa em 12 meses tenha superado 4%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,21% em junho, depois de um avanço de 0,46% em maio, em resultado que ficou aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,32%.

Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram ainda que o IPCA passou a acumular nos 12 meses até junho alta de 4,23%, de 3,93% em maio.

A expectativa para este dado era de 4,35% e, ainda que abaixo do esperado, voltou a ficar acima de 4% depois de três meses.

O centro da meta para a inflação, medida pelo IPCA, é de 3,0% este ano, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O maior peso em junho partiu do grupo de Alimentação e bebidas, que entretanto desacelerou a alta a 0,44% em junho, de 0,62% em maio.

Na alimentação no domicílio, os preços subiram 0,47%, de 0,66% no mês, com quedas de preços em cenoura (-9,47%), cebola (-7,49%) e frutas (-2,62%). Na outra ponta, subiram os custos de batata inglesa (14,49%), leite longa vida (7,43%) e arroz (2,25%).

O grupo com maior variação foi o de Saúde e cuidados pessoais, com avanço 0,54%, mas também mostrando arrefecimento sobre a taxa de 0,69% de maio. A influência partiu dos aumentos de 1,69% de perfumes e de 0,37% dos planos de saúde.

"Neste caso, decorre do reajuste de até 6,91% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 4 de junho, com vigência a partir de maio de 2024 e cujo ciclo se encerra em abril de 2025. Assim, no IPCA de junho, foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio e junho", explicou o gerente da pesquisa, André Almeida.

Já a inflação de serviços mostrou forte alívio ao passar a uma variação positiva de apenas 0,04%, depois de subir 0,40% em maio, resultado influenciado pela queda de 9,88% das passagens aéreas. Em 12 meses os serviços acumulam alta de 4,49%, ainda acima do índice geral.

O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, teve em junho queda a 52%, contra 57% em maio.

"No próximo mês, os preços administrados ganharão relevância. Por um lado, houve acionamento da bandeira tarifária de energia amarela, por outro, a Enel sofreu reajuste negativo. Além disso..., foram anunciados reajustes de combustíveis. Todos esses movimentos devem ter seu impacto concentrado em julho", destacou o Bradesco em nota.

O Banco Central vem mostrando preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação, tendo interrompido o ciclo de afrouxamento monetário ao manter no mês passado a taxa básica de juros Selic em 10,5%.

A desvalorização do real ante o dólar agora deve se somar às preocupações com a inflação de serviços, em meio a um mercado de trabalho aquecido.

"Elevamos nossa projeção (para o IPCA no ano) de 4,1% para 4,3%... o aumento da desancoragem das expectativas, os riscos fiscais e a desvalorização da moeda continuam no radar", disse Igor Cadilhac, economista do PicPay.

A mais recente pesquisa Focus divulgada pelo BC mostra que o mercado projeta alta do IPCA de 4,02% este ano, indo a 3,88% em 2025.

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