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IPCA: especialistas apostam em queda da inflação, puxada por carros, gasolina e alimentação

Índice será divulgado nesta terça-feira, a partir das 9h, e pode influenciar na tomada de decisão da taxa básica de juros

11 jul 2023 - 05h00
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Pátio de fábrica de carros
Pátio de fábrica de carros
Foto: Paulo Whitaker/Reuters / Reuters

A perspectiva desta terça-feira, 11, é que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) - números divulgados pelo IBGE que mostram a inflação do País -, apresente deflação pela primeira vez desde setembro do ano passado; é o que sugerem especialistas da área.

Segundo Boletim Focus da segunda-feira, 10, analistas consultados pelo Banco Central sugerem "leve ajuste para baixo na conta para a inflação de 2023", com previsão de que o IPCA encerrará este ano em 4,95%, ante taxa de 4,98% prevista na pesquisa anterior, marcando a oitava redução seguida nessa estimativa.

Carros, gasolina e alimentação 

Para Andréa Angelo, economista Warren Rena, os itens que devem puxar o índice são: automóveis novos e usados, gasolina e alimentação (principalmente leite e carnes).

"A inflação de junho mostrará arrefecimento da variação mensal, de 0,23% para a projeção de deflação 0,09%, pautada no arrefecimento de alimentação no domicílio e Saúde e cuidados pessoais (higiene pessoal, produtos farmacêuticos e plano de saúde)".

"Além disso, esperamos que a MP 1.1175 de desconto no preço de automóveis mostre deflação de 4,5% em veículos novos', avalia.

É um parecer semelhante ao de especialistas consultados pela Reuters na segunda-feira, que também destacaram os impactos que devem ocorrer na definição da taxa básica de juros, a Selic.

"O que está pressionando para baixo o número principal é uma queda nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha, além de um arrefecimento contínuo dos custos de alimentos no atacado devido à safra recorde no primeiro trimestre", disseram analistas da 4intelligence.

Os motoristas estão vendo alívio nos postos de gasolina após uma série de cortes no preço da gasolina pela Petrobras. Enquanto isso, os preços dos alimentos permanecem sob pressão de baixa, já que o Brasil experimenta um "boom" agrícola que agora está se tornando uma ameaça para o domínio das exportações de milho dos EUA e inundando a Argentina com soja, à medida que a safra do país vizinho diminui.

Selic

Com isso, um arrefecimento da inflação chamaria a atenção como uma pista para tendências futuras em outras grandes economias, possivelmente permitindo ao Banco Central começar a desfazer sua postura agressiva de política monetária.

A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de almejar uma taxa de inflação relativamente baixa no longo prazo, aliada a uma surpreendente valorização do real neste ano, pode reforçar a moderação dos preços ao consumidor e aproximar sua variação da meta.

O principal risco é a evolução do déficit primário sob os planos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de expandir os gastos sociais, principalmente depois que a Câmara dos Deputados adiou para agosto a votação do arcabouço fiscal - visto como um compromisso fundamental para manter as despesas sob controle. (*Com informações da Reuters)

Fonte: Redação Terra
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