Irã se torna maior importador de carne bovina in natura do Brasil
<br/><P>O Irã foi, no mês de agosto, o principal importador da carne in natura bovina brasileira, diante da redução das importações realizadas pela Rússia - país que, até o mês passado, era o maior comprador desse produto do Brasil. <br /><br />A mudança no ranking é reflexo de um embargo russo à carne proveniente de 85 frigoríficos em três Estados brasileiros (Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso), imposto em junho. <br /><br />Assim, segundo dados da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), as importações de carne bovina in natura da Rússia, que tiveram seu pico de 2011 em março (com US$ 145,1 milhões importados), caíram para US$ 52,1 milhões em agosto. <br /><br />No mesmo mês, as importações do Irã ficaram em US$ 61,7 milhões, fazendo do país o maior importador de carne in natura brasileira de agosto. Foi a primeira vez que os iranianos ocuparam esse posto. <br /><br /><B>"Situação pontual"</B><BR>Porém, se levados em conta os números de exportação total de carne - incluindo, por exemplo, carnes processadas, e não apenas in natura - a Rússia ainda é o maior comprador, segundo a Abiec. <br /><br />"É uma situação pontual. Se (o comércio) com a Rússia se normalizar, esse é um mercado naturalmente maior", disse à <I>BBC Brasil</I> Fernando Sampaio, diretor-executivo da Abiec. Segundo reportagem do jornal <I>Financial Times</I>, o embargo russo é visto por grupos industriais brasileiros como uma "forma de chantagem" para que o Brasil apoie a entrada de Moscou na OMC (Organização Mundial de Comércio). <br /><br />Analistas do setor dizem também que a Rússia usa a medida para controlar seus níveis de estoque e sua balança comercial. Oficialmente, o país alegou questões sanitárias para evitar a carne brasileira. <br /><br />Sampaio diz que uma delegação do Ministério da Agricultura prepara uma ida à Rússia e que, nesta semana, alguns dos 85 frigoríficos vetados pelos russos já foram reabilitados para o comércio bilateral. <br /><br /><B>Irã</B><BR>Apesar de terem sido batidos pelo Irã em termos de valor de carne in natura comprada do Brasil em agosto, os russos seguem liderando no que concerne o volume. Segundo dados da consultoria Informa Economics Fnp, no acumulado de 2011, os russos compraram 173 milhões de toneladas, ou 32% do total das exportações de carne do Brasil. O Irã, no mesmo período, comprou 96 milhões de toneladas. <br /><br />Segundo a analista Nádia Alcântara, da Informa Economics Fnp, apesar de comprar menos carne em termos de volume, os iranianos consomem cortes mais nobres, com maior valor agregado. "O Irã compra cortes congelados sem osso. O mix de produtos do Irã tem valor agregado maior que a Rússia. Isso torna o Irã um cliente melhor para o Brasil", diz. <br /><br />Para Alcântara, o Irã é um mercado promissor, que ganha mais importância como parceiro do agronegócio brasileiro. A opinião é compartilhada com Sampaio, para quem "o Irã é um mercado estável". <br /><br />"Conversei com iranianos que falam que o consumo interno de carne aumentou, mas a produção interna é muito pequena. Eles acharam no Brasil um parceiro confiável", diz. <br /><br /><I>Colaborou Maurício Moraes</I>.<P><br /><br /><br /><a href="http://www.bbc.co.uk/portuguese/index.shtml"class="textolinkbold" target="blank"><IMG SRC="http://img.terra.com.br/economia/infograficos/bbc.gif" WIDTH="120" HEIGHT="60" BORDER="0" alt="BBC Brasil" align="left"></a><P><br><br /><br /><br><br /><br /><br>