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Isolamento se provou importante, diz presidente do Santander Brasil

6 abr 2020 - 17h52
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O presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, afirmou que medidas de isolamento para combater a pandemia de coronavírus é importante e se provou na Europa. "Aqueles países que levaram muito tempo em um isolamento mais rápido sofreram mais em termos de mortes, principalmente países cuja idade média é maior", disse ele, citando que em crises inusitadas não dá para advogar.

Filho de espanhóis, Rial mencionou que em Madri, na Espanha, as casas de repouso foram "absolutamente dizimadas". "Mais de 50% dos mortos na Espanha são idosos das casas de repouso. Ninguém sabia isso. Ninguém foi visitar o seu idoso com uma intenção de contaminá-lo. Esses aprendizados, infelizmente, aconteceram a um preço muito alto", destacou o executivo.

Apesar de se dizer favorável ao isolamento, Rial afirmou que a partir do momento em que se comece a ter capacidade de se identificar pessoas de "soro positivo", ou seja, que já desenvolveram imunidade ao vírus, é possível que as mesmas comecem a voltar ao trabalho. "A importância da sorologia e na capacidade de implantarmos isso será importante na mudança desse diálogo de isolamento vertical ou horizontal. Não deve ter nem um nem outro. Precisamos voltar à normalidade", explicou.

Rial disse que o banco já começou a disponibilizar exames de sorologia ao quadro de executivos. Ele, juntamente com a diretoria, já o fizeram hoje e, a partir da semana que vem, a instituição deve ampliar os testes de sorologia em seu quadro.

"Não vamos abandonar a questão do isolamento social e das boas práticas, mas nós vamos poder voltar a conviver juntos e começar a trabalhar para aquelas posições críticas que se fazem necessárias", evidenciou o presidente do Santander.

Segundo ele, dependendo do resultado dos testes, conforme a classe médica, o banco espera começar a retomar suas atividades de maneira mais estruturada a partir do início de maio. "Isso tudo tem de ser feito com diálogo porque o vírus tem um comportamento aleatório e ainda o medo e a angústia. A mortalidade nunca esteve tão próxima de nós", ponderou.

Como reflexos da crise, Rial defendeu maiores investimentos em saúde e educação, a mudança em relação ao trabalho remoto, que se tornou uma realidade, desmonetização do dinheiro, com maior uso de cartões, e explosão do e-commerce por conta do fechamento do comércio em meio às medidas de isolamento. "O e-commerce crescerá em dois anos o que levaria cinco", avaliou.

Estadão
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