Itaúsa avalia dar mais visibilidade a ativos do portfólio para reduzir desconto da holding na bolsa
A Itaúsa deve estudar nos próximos trimestres formas de reduzir o desconto que o mercado dá ao preço de sua ação em relação ao valor que atribui a seu portfólio de investimentos, algo que inclui mais visibilidade para os ativos do grupo, afirmou a diretora financeira, Priscila Toledo, nesta terça-feira.
"Temos estudado como dar visibilidade sobre o valor justo de nossos ativos...Provavelmente, vamos avançar nos próximos trimestres e vamos trazer um disclosure maior sobre o valor justo desses ativos para o mercado conseguir precificá-los adequadamente", afirmou a executiva, durante apresentação a analistas e investidores após a publicação de resultados do grupo na noite da véspera.
Segundo a executiva, o valor de mercado da Itaúsa atualmente tem um valor de desconto de 21,1% sobre o valor atribuído pela empresa ao seu portfólio, de 128,6 bilhões de reais, dos quais apenas a participação no Itaú Unibanco vale 118,3 bilhões.
Questionado sobre eventual novo ciclo de investimento da Itaúsa, o presidente da companhia, Alfredo Setubal, afirmou que a holding segue analisando eventuais oportunidades, mas que é "muito difícil" encontrar uma oportunidade no Brasil que gere um retorno "acima de 17%".
O percentual embute o atual patamar de juros de 10,5%, mais três pontos percentuais relacionados ao risco do próprio negócio, disse Setubal, frisando que a Itaúsa não busca investimentos fora do Brasil.
Já sobre o nível de retornos aos acionistas, Setubal disse que a Itaúsa seguirá com a estratégia de distribuir os dividendos e juros sobre capital próprio recebidos do Itaú Unibanco e que a redução de dívida "é melhor retorno" aos investidores que recompras de ações no atual ambiente de juros altos e baixo crescimento econômico.