JetBlue adia recebimento de jatos; ações da Embraer recuam
Companhia aérea americana adiará o recebimento de 24 aviões da Embraer para entre 2020 e 2022
A companhia aérea americana JetBlue anunciou nesta terça-feira que adiará o recebimento de 24 aviões da Embraer para entre 2020 e 2022, ante cronograma anterior de 2014 a 2018, derrubando as ações da fabricante brasileira de jatos.
Em comunicado sobre a reestruturação de sua frota, a JetBlue disse que, embora a aeronave regional Embraer 190 - de 100 passageiros - seja crítica para o sucesso da empresa aérea em Boston e San Juan, nos Estados Unidos, "estamos agora em um ponto onde o crescimento de nossa rede demanda aviões maiores".
Ao mesmo tempo em que postergou o recebimento de jatos da Embraer, a JetBlue converteu 18 posições de compra de aviões A320 para o modelo A321, da Airbus, para equacionar melhor a oferta e a demanda em mercados-chave e reduzir custos. Além disso, a JetBlue fez uma encomenda adicional de 15 unidades do A321 e de outras 20 aeronaves A321neo.
As ações da Embraer chegaram a cair quase 4% na mínima e recuavam 3,65% às 11h06, a R$ 17,15. O Ibovespa tinha queda de 0,89% no mesmo horário. Procurada, a Embraer não comentou de imediato o anúncio da JetBlue.
A JetBlue foi a cliente-lançadora do Embraer 190, com pedido firme de 100 unidades e outras 100 opções de compra, em contrato assinado em 2003 avaliado à época em até US$ 6 bilhões. O número de entregas de jatos pela Embraer é acompanhado de perto pelo mercado, já que a fabricante contabiliza a receita com a venda no momento da entrega das aeronaves. Os aviões comerciais representam a maior parcela da receita total da companhia.
De janeiro a setembro, a terceira maior fabricante mundial de aviões civis entregou 58 aeronaves comerciais, ainda distante da meta de 90 a 95 jatos para o ano nesse segmento, o que significa que a Embraer terá que entregar pelo menos 32 unidades no quarto trimestre. Apesar da pressão na aviação comercial neste ano, para 2014 e depois disso analistas têm expectativas mais otimistas, considerando a carteira de pedidos firmes a entregar da fabricante, que totalizava US$ 17,8 bilhões no fim de setembro.