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Juros futuros caem com aprovação do mercado a falas de Galípolo no Senado

8 out 2024 - 17h04
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As taxas dos DIs fecharam a terça-feira em baixa firme, com o mercado recebendo de forma positiva a participação de Gabriel Galípolo na sabatina do Senado para o cargo de presidente do Banco Central, e com os prêmios também cedendo na curva em meio a ajustes às altas recentes.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2025 -- que reflete as apostas para a Selic no curtíssimo prazo -- estava em 11,086%, ante 11,088% do ajuste anterior.

A taxa para janeiro de 2026 estava em 12,3%, ante o ajuste de 12,332%, e o vencimento para janeiro de 2027 marcava 12,335%, ante 12,372%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,28%, ante 12,344%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,2%, ante 12,275%.

Em um dia de agenda econômica esvaziada no Brasil e nos EUA, as atenções dos investidores se voltaram para a sabatina de Galípolo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Atual diretor de Política Monetária do BC, Galípolo foi indicado pelo governo como substituto do atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.

Na sabatina, Galípolo repetiu uma série de mensagens a respeito do compromisso do BC com o controle da inflação. Além disso, pontuou que o atual cenário com surpresas positivas na atividade, desancoragem das expectativas de inflação e câmbio mais desvalorizado demandam "prudência do ponto de vista da política monetária".

Galípolo também afirmou que os dados mostram o desemprego na mínima histórica, a renda em alta, a indústria com maior uso da capacidade instalada e o crescimento de serviços, o que sugere que o processo de desinflação será mais lento e custoso. Em diferentes momentos, ele reiterou o compromisso do BC com o atingimento da meta de inflação, de 3%.

"Todo mundo estava esperando o Galípolo e ele veio com uma perspectiva boa sob o ponto de vista do mercado. O discurso foi bom, foi bem consistente, e o mercado gostou", comentou Vitor Oliveira, sócio da One Investimentos, ao justificar a maior acomodação da curva brasileira nesta terça-feira.

De acordo com Leandro Ormond, analista da Aware Investments, o mercado começou o dia "um pouco receoso, prestando muita atenção ao Galípolo". Mas a fala do diretor do BC no Senado agradou, o que trouxe alívio para a curva.

"Além disso, na semana passada tivemos uma forte abertura (da curva) devido às preocupações com o fiscal, com o mercado analisando que a arrecadação não seria suficiente para sustentar os gastos. Hoje vimos ajustes", afirmou. Um terceiro fator para o recuo das taxas dos DIs foi, na visão de Ormond, a queda firme do petróleo no mercado internacional, superior a 4%, o que retirava um pouco da pressão sobre a inflação brasileira.

Neste cenário, as taxas dos DIs sustentaram baixas durante a maior parte da sessão, a despeito de no exterior os rendimentos dos Treasuries sustentaram altas durante a maior parte da sessão.

Na ponta curva da curva, porém, a precificação ainda indicava chances majoritárias de o BC elevar a taxa básica Selic, hoje em 10,75% ao ano, em 50 pontos-base em novembro.

Perto do fechamento a curva precificava 98% de probabilidade de alta de 50 pontos-base e 2% de chance de elevação de 75 pontos-base. Na segunda-feira os percentuais eram de 98% para alta de 50 pontos-base e 2% para elevação de apenas 25 pontos-base.

No exterior, as apostas de que o Federal Reserve cortará os juros em apenas 25 pontos-base em novembro -- e não em 50 pontos-base, como ocorreu em setembro -- continuaram a subir. No fim da tarde, porém, os rendimentos dos Treasuries já estavam mais próximos da estabilidade. Às 16h46, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- estava estável em 4,028%. Já o retorno do Treasury de dois anos -- que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo -- tinha queda de 4 pontos-base, a 3,969%.

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