Script = https://s1.trrsf.com/update-1725976688/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Juros futuros voltam a cair com IPCA e consolidam apostas em Selic estável

Em junho, a inflação desacelerou 0,21%, mas no acumulado de 12 meses a taxa permanece acima da meta de 4%

10 jul 2024 - 16h50
(atualizado às 17h54)
Compartilhar
Exibir comentários
Foto: krisanapong detraphiphat/GettyImages

As taxas dos DIs (Depósito Interfinanceiro) voltaram a ter fortes baixas nesta quarta-feira, de 20 pontos-base entre alguns vencimentos, ainda em meio ao movimento mais recente de retirada de prêmios de risco da curva a termo brasileira e com a inflação de junho, melhor que o projetado, favorecendo o movimento.

Com a nova queda, a curva consolidou as apostas de que o Banco Central manterá a taxa básica Selic em 10,50% em sua reunião de política monetária no fim do mês.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 -- que reflete a política monetária no curtíssimo prazo -- estava em 10,525%, ante 10,569% do ajuste anterior. Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,07%, ante 11,185% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,305%, ante 12,47%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 11,75%, ante 11,954%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 11,77%, ante 11,952%.

O movimento de retirada de prêmios da curva foi disparado na quarta-feira da semana passada, quando houve uma mudança no tom do discurso do governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou de criticar o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e a política monetária, voltando a defender o ajuste fiscal.

Nesta quarta-feira os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) reforçaram a tendência baixista das taxas futuras.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o indicador de inflação subiu 0,21% em junho, após alta de 0,46% no mês anterior. No acumulado de 12 meses até junho, o IPCA teve alta de 4,23%, contra elevação de 3,93% do mês anterior.

Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,32% em junho e elevação de 4,35% em 12 meses.

De acordo com Alexandre Maluf, Economista da XP, foi uma "boa leitura" para o IPCA.

"Acredito que a grande surpresa em relação às projeções -- e à minha, inclusive -- tenha vindo de alimentação no domicílio. Os alimentos realmente mostraram uma devolução de uma forte alta que havia sido registrada no IPCA de maio", disse Maluf em comentário enviado a clientes.

Os dados do IBGE mostraram que a alta dos preços de alimentação no domicílio desacelerou de 0,47% em maio para 0,66% em junho.

Assim, a ponta curta da curva voltou a ceder nesta quarta-feira, enquanto a ponta longa desabou -- neste caso, com a retirada de prêmios em função dos desdobramentos mais recentes do cenário no Brasil e no exterior.

"Foi bem-recebido o número de inflação mais baixo, que ajuda a despressurizar a parte mais curta da curva", comentou Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, acrescentando que a queda na ponta longa foi uma continuidade do movimento mais recente.

"No exterior, já havia nas últimas semanas uma melhora de percepção de risco, mas os ativos domésticos vinham na contramão por conta de ruídos causados pelo governo. Com o barulho se dissipando desde a última quarta-feira, abriu-se espaço para queda das taxas", acrescentou.

Os rendimentos dos Treasuries também tiveram baixas leves no exterior nesta quarta-feira, o que favoreceu os DIs, com investidores atentos ao novo dia de depoimento do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Congresso dos EUA.

Em sua fala, Powell disse que ainda não está pronto para concluir que a inflação nos EUA está caindo de forma sustentável para 2%, a meta perseguida pela instituição, mas afirmou que tem "alguma confiança nisso". O chair do Fed disse ainda que a inflação baixou, mas os preços ainda estão altos.

Durante a tarde, já após o depoimento de Powell, os preços dos futuros dos Fed Funds indicavam 73,3% de probabilidade de o Fed promover algum corte de juros em sua reunião de setembro, conforme a ferramenta CME FedWatch.

Neste cenário, perto do fechamento no Brasil, a curva a termo precificava 90% de chances de manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano no fim deste mês e 10% de possibilidade de alta de 25 pontos-base. No início da semana passada, antes da moderação do discurso do governo, as apostas majoritárias eram de elevação da Selic -- algo que o próprio BC tem indicado que não está em seu cenário-base.

Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 1 pontos-base, a 4,286%.

Veja como estavam as taxas dos principais contratos de DI no fim da tarde desta quarta-feira:

Mês Ticker Taxa Ajuste Variação

(% anterior (p.p.) (a.a.) (% a.a.)

JAN/25 10,525 10,569 -0,044

JAN/26 11,07 11,185 -0,115

JAN/27 11,305 11,47 -0,165

JAN/28 11,505 11,704 -0,199

JAN/29 11,635 11,843 -0,208

JAN/31 11,75 11,954 -0,204

JAN/33 11,77 11,952 -0,182

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade