Justiça dos EUA decide: quem sabe fazer churrasco é o gaúcho
Restaurante Fogo de Chão, assim como no Brasil, trabalha em esquema de rodízio nos Estados Unidos, o que faz muito sucesso no país
A rede de churrascaria brasileira "Fogo de Chão" ganhou, nesta terça-feira, um processo americano que garante ao restaurante o direito de levar, do Brasil para os EUA, seus churrasqueiros altamente especializados — ou “chefs gaúchos”, segundo o jornal The Washington Post. Segundo o processo, o conhecimento de tais profissionais são "adquiridos culturalmente" e, por isso, os americanos não podem realizar as tarefas com a mesma habilidade.
A decisão foi tomada pelo Tribunal Federal de Recursos do Distrito de Columbia (o distrito federal dos EUA). Com três juízes no júri, dois votaram a favor do Fogo de Chão e um votou contra.
A churrascaria, assim como no Brasil, trabalha em esquema de rodízio nos Estados Unidos, o que faz muito sucesso no país. "Eles realizam uma cerimônia ritual de corte na mesa, levantando grandes espetos de carne e cortando fatias do alimento, com base nas características solicitadas pelos clientes", diz o jornal, com um discurso deslumbrado.
O juiz Brett Kavanaugh M., nomeado por George W. Bush em 2006, foi quem votou contra a decisão. "O restaurante Fogo de Chão já emprega funcionários americanos em suas unidades nos EUA, o que desmente que americanos não possam realizar o trabalho", diz ele. "Com uma pitada de bom senso, conseguimos perceber que os chefs americanos são aptos para aprender a cozinhar carnes no método brasileiro", afirma ele.
O Fogo de Chão se defende dizendo que nem todos os chefs são brasileiros, mas que é necessária a presença de alguns brasileiros para que seja feito o treinamento com os funcionários americanos. Afinal, a distância, tais conhecimentos são "particularmente difíceis de serem transferidos".