Klabin reduz alavancagem com acordo para investimento florestal conjunto
A Klabin anunciou na noite de terça-feira acordo para investimento conjunto em quatro sociedades de propósito específico (SPEs) que terão como objetivo principal a exploração da atividade florestal nos Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Segundo a companhia, o objetivo é reduzir alavancagem e otimizar o retorno sobre capital investido.
A empresa afirmou apenas que o parceiro no chamado "Projeto Plateau" é uma "Timber Investment Management Organization (Timo)" e não detalhou quem é o controlador desse grupo em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A parte da Klabin no projeto será o aporte de 23 mil hectares de florestas plantadas e 4 mil hectares de terras produtivas, além de outros ativos da companhia reunidos no antigo "Projeto Caetê" que gerou um excedente de terras e florestas para a empresa. As SPEs serão controladas pela Klabin.
A Timo, por sua vez, vai aportar 1,8 bilhão de reais, sendo a primeira parcela na data do fechamento do Projeto Plateau e o restante previsto para o segundo trimestre de 2025. O grupo poderá fazer aportes adicionais nas SPEs de até 900 milhões de reais até o segundo trimestre do próximo ano.
"A Klabin terá o direito de preferência na compra da madeira produzida pelas SPEs", afirmou a companhia.
Analistas do Itaú BBA afirmaram que gostaram do acordo anunciado pela Klabin do ponto de vista financeiro e estratégico e que o mercado deve ter uma reação positiva, uma vez que o plano "acelera a desalavancagem" da companhia. Segundo Daniel Sasson e equipe, deve ocorrer um impacto "imediato" de 0,3 vez no índice de endividamento da Klabin.
"A garantia de oferta de madeira e do direito de recompra (das áreas das SPEs) é estrategicamente positivo", afirmaram os analistas em relatório enviado a clientes nesta quarta-feira.