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Leilão de biodiesel vende 1,19 bi litros; preço sobe 43,6%, aponta ANP

31 ago 2020 - 13h19
(atualizado às 19h49)
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O 75º leilão de biodiesel negociou 1,19 bilhão de litros para atendimento à mistura de 10% em setembro e outubro, com o preço médio subindo 43,6% ante o certame para atender o bimestre anterior, informou a reguladora ANP nesta segunda-feira.

Trabalhador com amostra de biodiesel em Iraquara (BA) 
31/03/2008
REUTERS/Jamil Bittar
Trabalhador com amostra de biodiesel em Iraquara (BA) 31/03/2008 REUTERS/Jamil Bittar
Foto: Reuters

O preço médio de negociação foi de 5,043 real/litro, sem considerar a margem da adquirente, e o valor total negociado atingiu o patamar de 6 bilhões de reais, refletindo um ágio médio de 20,64% quando comparado com a média ponderada dos Preços Máximos de Referência.

A forte alta no preço ocorreu apesar de o governo ter reduzido provisoriamente o percentual da mistura de 12% para 10%, devido a altos preços da soja, a principal matéria-prima utilizada para a produção do biocombustível.

A ANP disse ainda que, devido à demanda das distribuidoras no certame, será necessário a realização de um leilão complementar.

O leilão L75 foi realizado após muita polêmica e uma disputa jurídica entre governo, ANP e produtores de biodiesel.

O certame para atender o bimestre setembro/outubro originalmente deveria ter sido realizado para atender uma mistura obrigatória em vigor no país de 12% de biodiesel no diesel.

Mas devido a uma alegada falta de matéria-prima o governo determinou a redução provisória no "blend" para 10%, o que irritou as empresas produtoras do biocombustível.

O leilão anterior foi cancelado pela ANP em meio a reclamações de distribuidoras de elevados preços do biocombustível.

Após a disputa judicial, empresas aceitaram participar do leilão sem novas ações na Justiça, mediante acordo com o governo que prevê a formação de um grupo de trabalho com o setor privado para debater impasses, incluindo questões sobre a oferta de matéria-prima.

No Brasil, mais de 70% do biodiesel é produzido a partir de óleo de soja, oleaginosa que vem sendo muito demandada para a exportação neste ano, principalmente pela China.

Juntamente, com o câmbio, isso tem elevado os custos do setor de biodiesel, o que acaba impactando as distribuidoras, compradoras do biocombustível para a realização da mistura.

Devido à negociação de todo o volume disponível nas etapas para atendimento à mistura obrigatória, não foram realizadas as etapas para mistura voluntária, acrescentou a ANP.

O volume negociado ficou ligeiramente acima do informado pela Ubrabio, a partir de dados preliminares.

Procurada, a ANP afirmou que, considerando o nível de demanda apresentado pelas distribuidoras, "que foi convalidado pelo comportamento destas empresas no 75º Leilão de Biodiesel, se faz necessária a realização de um leilão complementar de biodiesel e assim melhor atender a demanda".

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