Leilão de energia A-4 contrata 29 projetos de geração, com deságio de 9,36%
O leilão "A-4" para contratação de novos projetos de geração de energia elétrica, realizado nesta sexta-feira, negociou 237,5 megawatts (MW) médios, ao preço médio de 258,16 reais por megawatt-hora, deságio médio de 9,36% em relação ao preço máximo determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Ao todo, 29 projetos levaram contratos no certame, somando uma potência total de 948 MW e investimentos da ordem de 7 bilhões de reais.
Segundo informações disponibilizadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), compraram energia no certame as distribuidoras Cemig, Coelba, da Neoenergia, e Light.
Entre os vencedores, estão 18 empreendimentos hidrelétricos de pequeno porte (PCHs e CGHs), quatro usinas eólicas, cinco usinas solares e duas termelétricas a biomassa.
Os projetos que conquistaram contratos de energia no leilão deverão iniciar o suprimento em 1º de janeiro de 2026. Os prazos contratuais são diferentes para cada fonte de geração.
Primeiro leilão de energia realizado pelo governo neste ano, o "A-4" inovou em que relação a licitações passadas ao impor concorrência direta entre as fontes eólica e solar, que foram negociadas pelos compradores em um mesmo produto.
"Nós já tínhamos percebido uma aproximação de preços entre solar e eólica... O número de projetos contratados, cinco solares e quatro eólicas, demonstra que foi uma distribuição equilibrada... Foi um teste interessante para avaliar se mantemos isso para os próximos leilões", disse o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Paulo Cesar Domingues, a jornalistas após o certame.
Questionados sobre a demanda para compra de energia pelo mercado regulado, representantes da Aneel e CCEE destacaram que o certame atendeu plenamente ao que foi solicitado.
"Não vou ficar especulando razão pela qual a distribuidora entendeu que não deveria demandar, o leilão é feito para atender a demanda que elas apresentam", disse André Patrus Ayres, gerente executivo da Secretaria Executiva de Leilões da Aneel.
A contratação de energia no mercado regulado vem perdendo espaço em relação ao mercado livre nos últimos anos. Uma das explicações é a baixa demanda das distribuidoras, que têm sobras contratuais em seus portfólios, tanto por frustração com crescimento do mercado consumidor quanto por questões estruturais, como migrações ao ambiente livre.