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Leilão de transmissão surpreende mercado com um deságio médio de 50,97%

Empresas que não são consideradas tradicionais no setor saíram vitoriosas

30 jun 2023 - 18h32
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O leilão de transmissão realizado nesta sexta-feira, 30, na B3, em São Paulo, surpreendeu o mercado, ao registrar um forte deságio médio, de 50,97%, e consagrar como vitoriosas empresas que não são consideradas tradicionais agentes do setor.

De 115 obras de transmissão de energia analisadas pela Aneel, 18 estão atrasadas.
De 115 obras de transmissão de energia analisadas pela Aneel, 18 estão atrasadas.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil / Estadão

Entre os vencedores estão o consórcio Gênesis, formado pelas empresas The Best Car Transporte de Cargas e Entec Empreendimentos Eireli, desconhecidos no setor, e a Rialma Administração e Participações, a Celeo e a Cymi Construções e Participações, que já disputaram outros certames, mas surpreenderam ao desbancar empresas como State Grid, Taesa, EDP e Cemig. Dentre as empresas mais tradicionais no setor de transmissão, Isa Cteep, Engie e Eletrobras conquistaram lotes.

Antes do certame, havia grande expectativa de que o cenário macroeconômico de juros elevados e restrição a crédito levasse a um nível de deságios menores, além do domínio de grandes grupos de energia nas disputas.

O consórcio Gênesis, formado pelas empresas The Best Car Transporte de Cargas (92,52% da participação) e Entec Empreendimentos Eireli (7,48%), arrematou os lotes 1 e 8. Na disputa pelo lote 1, venceu a disputa com outros 10 proponentes, com uma oferta de Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 174,05 milhões, o equivalente a um deságio de 66,18% em relação à RAP máxima estipulada pela Aneel. No caso do lote 8, superou propostas de outros seis grupos, com lance de R$ 19,54 milhões, deságio de 55,35% em relação à RAP máxima.

O lote 1 corresponde ao segundo maior do leilão, com 1.116 quilômetros de linhas de transmissão entre a Bahia e Minas Gerais, que exigirão R$ 3,156 bilhões em investimentos. Já o lote 8 corresponde a uma linha da região metropolitana de Recife, com investimentos estimados em R$ 259,46 milhões.

A Rialma Administração e Participações arrematou o lote 2, o maior do leilão, ao oferecer uma RAP de R$ 347,8 milhões, com desconto de 51% em relação à RAP máxima, superando outros sete proponentes, incluindo grandes empresas como State Grid, Taesa, Cteep, Engie e Eletrobras. O lote é composto por 1.614 quilômetros (km) de linhas que ajudarão no escoamento da energia renovável gerada na região, com destaque para usinas eólicas e solares, e devem exigir R$ 4,35 bilhões em investimentos.

Já a Cymi Construções e Participações arrematou o lote 3 ao ofertar RAP de R$ 70,89 milhões, com deságio de 52,13% ante o valor máximo estipulado pela Aneel. Dez empresas e consórcios se apresentaram para disputar o projeto, que foi disputado no viva-voz com Furnas, subsidiária da Eletrobras. As geradoras Auren e Engie, e a Cemig também participaram.

A Celeo Redes Brasil conquistou o lote 6, com um lance de R$ 99,87 milhões, deságio de 48,23% em relação à RAP máxima fixada pela Aneel, desbancando a EDP em disputa viva-voz. O lote 6 é composto por linhas de transmissão que somam 714 quilômetros entre os Estados do Sergipe e da Bahia, com investimentos que somam R$ 2,3 bilhões. Ao todo, 13 empresas e consórcios se cadastraram como proponentes para o lote, mas só nove formalizaram propostas.

Entre as empresas tradicionais que conquistaram lotes, a Engie conquistou o maior lote 5 - terceiro maior do leilão, com 1.006 quilômetros de linhas, entre a Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, com investimentos estimados em R$ 3,667 bilhões. A empresa ofereceu RAP de R$ 249,3 milhões, deságio de 42,8% em relação à máxima estipulada pela Aneel.

Já ISA Cteep levou os lotes 7 e 9. Pelo lote 7, correspondente a 1.044 quilômetros de linhas entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, somando R$ 2,342 bilhões em investimentos, a empresa ofertou RAP de R$ 218,8 milhões, deságio de 41,81% frente a RAP máxima. Já no caso do lote 9, ofereceu RAP de R$ 7,461 milhões, um deságio de 50,36% em relação à máxima estipulada pela Aneel, para assumir projeto corresponde à subestação 500/138 kV Água Vermelha, voltada a propiciar reforços no sistema da região noroeste do estado de São Paulo para escoamento de excedentes de geração fotovoltaica e biomassa. Os investimentos são estimados em R$ 94 milhões.

A Eletrobras também chamou a atenção, voltando a vencer disputas. A empresa, por meio da subsidiária Furnas, fez o melhor lance pelo lote 4 do leilão, com oferta de R$ 68,7 milhões, correspondente a desconto de 45,75%, superando outros 11 interessados. O lote concentra obras em Minas Gerais, somando 303 quilômetros de linhas de transmissão que ajudarão a escoar a energia gerada no Estado, sobretudo de fonte fotovoltaica. O investimento é estimado em R$ 786,6 milhões e o para conclusão do ativo é de 60 meses.

Leilão foi realizado na B3, no centro de São Paulo
Leilão foi realizado na B3, no centro de São Paulo
Foto: FELIPE RAU / ESTADÃO / Estadão
Estadão
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