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Liberação do FGTS pode aumentar crescimento do PIB para 1,1%

Expectativa da equipe econômica é que saques reforcem o crescimento da economia em 0,3 ponto porcentual

18 jul 2019 - 04h27
(atualizado às 08h36)
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BRASÍLIA - A liberação de parcela das contas ativas (dos contratos atuais) do FGTS para os trabalhadores deve dar impulso à economia e pode garantir ao presidente Jair Bolsonaro um crescimento do Produto Interno Bruto acima de 1% no primeiro ano do governo.

A expectativa da equipe econômica é que os saques reforcem o PIB em 0,3 ponto porcentual, o que elevaria a projeção para 1,1% - mesmo nível registrado nos dois anos anteriores do governo Michel Temer. Segundo modelos preparados para a liberação dos saques, o impulso ao crescimento pode ficar entre 0,2 e 0,4 ponto porcentual. Hoje, o governo trabalha com estimativa de crescimento de 0,81%.

Com a revelação na quarta-feira pelo Estadão/Broadcast dos detalhes do projeto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, determinou à sua equipe que acelerasse a proposta para ser apresentada na noite de quarta ao presidente Bolsonaro.

A medida deverá ser anunciada nesta quinta-feira e valerá para contas ativas e inativas (de contratos de trabalho anteriores). Segundo fontes, Guedes, que passou a quarta-feira na Argentina, exigiu da equipe da Secretaria de Política Econômica (SPE), que elabora o programa, manter intocados os recursos do FGTS para a habitação. Com isso, o valor da liberação vai cair de R$ 42 bilhões para R$ 30 bilhões.

O Estadão/Broadcast revelou que o Ministério da Economia deve permitir que os trabalhadores saquem entre 10% e 35% dos recursos das contas ativas do FGTS dependendo do saldo que possuem no fundo.

Para o economista da LCA Consultores Vitor Vidal, o impacto da liberação das contas ativas do FGTS sobre o consumo e, consequentemente, sobre o PIB pode ser maior agora do que na liberação das contas inativas promovida pelo governo de Michel Temer em 2017. Isso porque a inadimplência das famílias hoje é menor.

Em 2017, fizeram o saque de cerca de R$ 44 bilhões de contas inativas 25,9 milhões de trabalhadores. Vidal cita que uma pesquisa do Ibre/FGV na época mostrou que 40% desses recursos foram destinados ao pagamento de dívidas.

A economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Marianne Hanson também estima que o impacto sobre a economia pode ser maior dada a melhoria nas expectativas para a atividade no segundo semestre, com o andamento da reforma da Previdência.

A CNC, em 2017, calculou que um quarto dos recursos foi destinado ao consumo, o que levou a um aumento de 1,4% no varejo entre março e julho, meses em que os valores foram sacados. Marianne acredita que setores mais ligados à renda podem ser mais beneficiados, como o de supermercados. /COLABORARAM RENATO JAKITAS E THAIS BARCELLOS

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