Líder do PSL no Senado critica demora na reforma e diz que não sente 'ânimo' no Legislativo
Major Olímpio acredita que texto já poderia ter sido votado na Comissão Especial da Câmara e afirma que a última semana 'foi perdida' na articulação sobre a proposta
O líder do PSL no Senado, Major Olímpio, criticou nesta quinta-feira, 27, a demora na votação da reforma da Previdência. Ele disse que não tem sentido "ânimo" no Legislativo, mas ponderou que ainda há tempo para votar o texto na Câmara antes do recesso, sem descartar que há risco de que fique para o segundo semestre.
"Tempo tem (para votar), precisa ter o ânimo. Vamos ser muito claros, já poderíamos ter o relatório votado na Comissão Especial, se protelou isso, está jogando para isso, se bobear empurra mais um dia e o País está asfixiado", disse em evento do Credit Suisse para investidores, em São Paulo, do qual também participou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Para o senador, a última semana "foi perdida" na articulação pela reforma. "Lamentavelmente não vejo esse ânimo geral, essa foi uma semana perdida. E pode conduzir para um processo em que não aconteça a votação esse semestre."
Ele não quis apontar culpados pela demora e, questionado sobre uma falta de articulação política do governo, afirmou que a culpa é de todos. "A culpa é de todos nós, não vou aliviar ninguém. Eu também sou culpado. Todo mundo que tem responsabilidade pública nesse momento é culpado. Todos nós temos que entrar em campo nesse momento", afirmou.
Olímpio voltou a defender a suspensão do recesso de meio de ano no Congresso, mas disse que não tem "encontrado eco" para isso. Segundo ele, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, teria dito que Maia é quem não quer suspender o recesso.
Ele afirmou não acreditar que a votação do abuso de autoridade tenha atropelado a agenda do Congresso e atrapalhado a reforma. Ele afirmou ser contrário à medida e disse que o tema "não foi votado com o cérebro ou o coração, foi votado com o fígado".