Mulher ganha na Mega-Sena, começa e termina casamento, e ex quer R$ 66 milhões
A mulher era dona de uma barraca de lanches e estava noiva de um motorista de kombi quando ganhou o prêmio milionário
Mais um caso em que o prêmio da Mega-Sena vira alvo de disputa judicial. Dessa vez, a situação envolve uma mulher de Pernambuco, que ganhou R$ 103 milhões em 2020, e o homem com quem foi casada por nove meses, que pede metade do prêmio. O caso foi revelado pela coluna Tácio Lorran, do portal Metrópoles, que teve acesso ao processo e não divulgou os nomes dos envolvidos.
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Segundo consta no processo, a mulher era dona de uma barraca de lanches e o homem motorista de uma kombi. Os dois começaram a namorar em abril de 2020 e, em agosto do mesmo ano, ficaram noivos. Dois meses depois, no dia 7 de outubro de 2020, a mulher tirou a sorte grande e ganhou R$ 103.029.826,38 ao acertar os seis números do concurso 2306 da Mega-Sena. Os noivos se casaram 20 dias depois do resultado.
Mas a paixão durou pouco. Nove meses depois, eles se divorciaram com separação total de bens. A mulher não deixou o ex-marido de mãos abanando, doando-lhe R$ 10 milhões e mais R$ 1 milhão para cada filho dele. Ainda assim, cerca de um ano depois, o motorista decidiu entrar na Justiça para pedir a metade do prêmio. No processo, ele alega que os dois viviam união estável antes do casamento.
Depoimentos
À Justiça, a mulher contou ter se separado por causa das "grosserias" por parte do então marido. Depois, decidiu se mudar de cidade por razões de segurança, tendo em vista a fortuna que havia ganhado.
Já a defesa do ex-marido chamou a mulher de "maquiavélica" e acusou de ter agido de má-fé. "Logo após transferir todo o dinheiro do casal, de forma cruel, imediatamente pediu a separação, queria o divórcio, deixando o requerido sem nenhum meio de sobreviver, pois o mesmo ainda precisava fazer uma cirurgia, e agora se encontrava sem ter condições financeiras para fazer a cirurgia”, disse a defesa.
Para provar a união estável, o homem também alega que os dois dormiam juntos na barraca da mulher e tinham relações sexuais antes do casamento. Mas a ganhadora do prêmio nega que os dois tenham tido esse tipo de intimidade, já que ela é evangélica e teria se casado rapidamente porque “a igreja não quer que demore muito tempo para não fazer ato sexual antes de se casar”.
Ela diz que ele morava com a irmã em um outro bairro da cidade. A estratégia de alegar união estável foi adotada porque a legislação brasileira prevê que seja feita comunhão de bens em relações do tipo. O que caracteriza união estável são aquelas relações públicas, duradouras e com intenção de constituir família.
A Justiça decidiu por bloquear metade dos bens da mulher enquanto o processo não chega ao fim. Do total, só foram encontrados R$ 22,5 milhões.