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Lucro da Rio Tinto decepciona com queda do preço do minério de ferro

26 jul 2023 - 09h20
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O lucro da Rio Tinto no primeiro semestre caiu para o menor nível em três anos, com o recuo dos preços do minério de ferro compensando um aumento nos embarques de suas operações em Pilbara, informou a empresa nesta quarta-feira, ao mesmo tempo em que anunciou um corte nos dividendos.

Logo da Rio Tinto
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Foto: Reuters

O minério de ferro responde por 70% do lucro da Rio Tinto e os preços da matéria-prima usada na fabricação do aço podem melhorar daqui para frente, já que Pequim prometeu implementar mais políticas para impulsionar o crescimento depois que a segunda maior economia do mundo lutou com uma recuperação desigual no primeiro semestre do ano.

A Rio Tinto, maior produtora de minério de ferro do mundo, está cautelosamente otimista em relação à economia da China durante o resto do ano, disse o CEO Jacob Stausholm.

"Nossa experiência com a China é que, se as coisas não estão indo tão bem, os chineses têm uma capacidade bastante impressionante de também administrar a economia", disse ele.

A mineradora reportou ganhos subjacentes de 5,7 bilhões de dólares para os seis meses encerrados em 30 de junho, abaixo dos 8,63 bilhões de dólares do ano passado e do consenso de 5,85 bilhões de dólares, de acordo com o Visible Alpha.

A Rio registrou preços de commodities mais baixos durante os seis meses encerrados em 30 de junho, em linha com a desaceleração do consumo global, mas continua a ver uma demanda sólida por seus produtos na China, maior produtora mundial de aço.

Os preços médios para o minério de ferro de Pilbara caíram para 98,60 dólares por tonelada úmida no primeiro semestre, 11,1% abaixo do ano passado. Isso compensou um aumento de 7% nos embarques de Pilbara, para 161,7 milhões de toneladas.

A mineradora anglo-australiana declarou um dividendo intermediário de 1,77 dólar por ação, abaixo dos 2,67 dólares do ano passado e um pouco abaixo do consenso da Vuma de 1,80 dólar.

"Continuaremos pagando dividendos atraentes e investindo na robustez de longo prazo de nossos negócios à medida que sustentamos e aumentamos nosso portfólio", disse Stausholm.

A maior produtora de minério de ferro do mundo sinalizou uma escassez de trabalhadores qualificados em um mercado de trabalho apertado, juntamente com problemas na cadeia de suprimentos.

"Nossas operações e projetos de crescimento continuam sendo afetados por muitas ausências não planejadas, mercados de trabalho apertados, custos crescentes de insumos e interrupções na cadeia de suprimentos", disse a mineradora em comunicado.

Os custos da Rio Tinto com exploração e outros dobraram para 700 milhões de dólares devido ao aumento dos custos no gigantesco projeto de minério de ferro de Simandou, na Guiné, e devido a mudanças no escopo e maior inflação em seu projeto de lítio Rincon, na Argentina.

A Rio Tinto está avaliando quais minerais mais críticos pode extrair por meio do processamento, e isso potencialmente inclui os metais menores gálio e germânio, disse o CFO Peter Cunningham à Reuters.

A China, maior produtora, restringiu as exportações desses metais, usados na fabricação de chips semicondutores, no início deste ano.

A Rio já extrai escândio, que torna o aço mais resistente, por meio de suas operações canadenses de dióxido de titânio, e telúrio por meio de sua fundição Kennecott, nos Estados Unidos.

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