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Lucro do BTG Pactual fica abaixo das estimativas no 4º trimestre

19 fev 2014 - 00h30
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O lucro do Grupo BTG Pactual ficou abaixo das estimativas de analistas no quarto trimestre, com o menor resultado de consultoria financeira ofuscando as receitas mais fortes com negociação, gestão de ativos e investimentos proprietários.

O banco controlado pelo bilionário André Esteves lucrou R$ 768 milhões no trimestre, ante R$ 746 milhões no trimestre imediatamente anterior. Um levantamento da Reuters com três analistas apontava para lucro de R$ 792 milhões.

Apesar do crescimento do lucro pelo quarto trimestre consecutivo, os ativos e o retorno sobre patrimônio, uma medida-chave de lucratividade, caíram pelo segundo trimestre seguido. Os ativos caíram depois que as participações do BTG em ativos financeiros financiados por acordos de recompra, como títulos do governo brasileiro e dos Estados Unidos, caíram durante o trimestre.

A receita total aumentou 27% em bases trimestrais, para R$ 1,799 bilhão, ante estimativas de R$ 1,625 bilhão. As receitas de banco de investimento caíram 62%, para R$ 50 milhões, o nível mais baixo em nove trimestres. A pesquisa esperava R$ 111 milhões.

O lucro com vendas e negociações aumentou 31%, para R$ 339 milhões, ante estimativa de R$ 344 milhões. As taxas com gestão de ativos mais do que dobraram no trimestre para R$ 480 milhões.

Bônus

"O ano de 2013 foi desafiador para os mercados de capitais globais. Nesse cenário adverso, fomos capazes de entregar números consistentes durante o ano, e o quarto trimestre foi nosso melhor em termos de lucratividade", disse Esteves no balanço de resultados.

Esteves, 45 anos, liderou o banco por tempos turbulentos nos mercados brasileiros ao compartilhar riscos de investimentos com clientes em setores como petróleo e gás, logística e agronegócio. O BTG Pactual moveu-se para uma abordagem mais conservadora no ano passado, deixando ativos de risco antes do início da redução dos estímulos promovida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

As despesas provocaram um declínio no lucro, mostrou o balanço, já que salários, bônus e compensações mais do que dobraram na comparação trimestral. O total de despesas subiu 75,3%, para R$ 880 milhões, comparados com uma expectativa de R$ 638 milhões.

O BTG Pactual tinha 2.715 funcionários no fim do ano passado, comparados com 2.195 em 2012. Os salários subiram cerca de 8%, em linha com o acordo com os sindicatos dos bancários, mostrou o relatório.

O retorno sobre patrimônio (ROE) anualizado, uma medida de lucratividade, caiu para 19,3% no quarto trimestre, de 19,4% no trimestre anterior. A previsão era de 19,2% no trimestre.

(Guilhermo Parra-Bernal)

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