Lucro e Ebitda da Copel têm patamar recorde em 2021 com desinvestimento de telecom
A Copel encerrou o ano de 2021 com valores históricos de lucro líquido e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), impulsionados pela venda de seu antigo negócio de telecomunicações, segundo demonstrações financeiras divulgadas na noite de terça-feira.
O lucro líquido da estatal paranaense de energia atingiu 5 bilhões no ano passado, 29,1% acima do registrado em 2020. O montante inclui um lucro de 1,2 bilhão da Copel Telecomunicações, vendida ao fundo Bordeaux. Desconsiderando os valores desse desinvestimento, o lucro alcançou 3,85 bilhões, alta de 0,6% na base anual.
Já o Ebitda da Copel somou 8,4 bilhões de reais em 2021 (+52,1% ante 2020) com o ganho dessa venda e com o impacto positivo de 1,6 bilhão da repactuação do risco hidrológico (GSF). Excluindo itens não recorrentes, o indicador ficou em 5,13 bilhões (+5,2%), com maior venda de energia produzida pela termelétrica Araucária e crescimento no mercado fio da distribuidora.
"Ao longo do ano, avançamos em nossa estratégia em busca de uma atuação focada no core business da Copel, o setor de energia elétrica. Concluímos o desinvestimento da Copel Telecom... e iniciamos a preparação do processo de venda da Compagas, que estimamos ser concluído em 2022", disse o presidente da estatal paranaense, Daniel Slaviero, em mensagem que acompanha o balanço.
A companhia também propôs a distribuição de 3,1 bilhões de reais em dividendos, o equivalente a 65% do lucro líquido ajustado. Desse total, 1,36 bilhão são dividendos adicionais a serem aprovados em assembleia no fim de abril.
QUARTO TRIMESTRE
No quarto trimestre de 2021, a Copel registrou lucro líquido de 396,2 milhões de reais, queda de mais de 60% ante igual período de 2020.
O Ebitda ajustado, excluídos não recorrentes, atingiu 1,04 bilhão no período, queda de 26,6%, afetado pela redução do despacho da termelétrica Araucária, além de um efeito negativo de 142,1 milhões de reais na linha "provisões e reversões".
EÓLICAS
A elétrica paranaense está avançando com sua estratégia de diversificar as fontes de geração, tendo adquirido no fim de 2021 um complexo eólico de 186,7 megawatts (MW) de capacidade no Rio Grande do Norte e entrado na fase final de construção de um parque de 90,1 MW no mesmo Estado. Segundo a companhia, após a finalização das obras, sua matriz energética será composta por 14% de energia de fontes eólicas.