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Lula assinará MP que recria Bolsa Família com valor de R$600 e adicionais para crianças e grávidas

Na semana passada, o governo informou que revisou cadastro do programa e retirou da folha de pagamento de março 1,5 milhão de beneficiários

1 mar 2023 - 16h34
(atualizado às 18h37)
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Sem aprovar acordo para precatórios, Orçamento de2022 não tem espaço para um Bolsa Família maior.
Sem aprovar acordo para precatórios, Orçamento de2022 não tem espaço para um Bolsa Família maior.
Foto: Agência Brasil / Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará na quinta-feira medida provisória que recria o Bolsa Família, que terá pagamento mínimo de 600 reais por família e benefícios complementares para crianças, adolescentes e grávidas, após uma ampla revisão dos beneficiários que reduziu o número de famílias dentro do programa.

Destinado a todas as famílias que têm renda mensal de 218 reais por pessoa, o Bolsa Família terá um pagamento adicional de 150 reais por criança de até 6 anos e um segundo benefício adicional de 50 reais por cada integrante da família com idade entre 7 e 18 anos incompletos e as gestantes.

O programa, que substitui o Auxílio Brasil que fora instituído no governo Jair Bolsonaro justamente para substituir o Bolsa Família, voltará a enfatizar condicionalidades como a exigência de frequência escolar para crianças e adolescentes de famílias beneficiárias, o acompanhamento pré-Natal para gestantes e a atualização do caderno de vacinação com todos os imunizantes previstos no Programa Nacional de Imunizações.

Na semana passada, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) informou que revisou o cadastro do programa de transferência de renda e retirou da folha de pagamento de março 1,5 milhão de beneficiários com renda acima do limite exigido para receberem a assistência. A pasta identificou e inclui no programa, por outro lado, outras 700 mil famílias que estavam sem benefício, apesar de terem direito a recebê-lo.

"Desde que assumiu a gestão em 1º de janeiro, o governo federal tem trabalhado no aprimoramento do Cadastro Único (base de dados e porta de entrada para programas sociais) e em uma agenda de busca ativa em parceria com Estados e municípios. A intenção é garantir que o benefício chegue a quem de fato necessite e detectar famílias que deveriam fazer parte do programa e que atualmente não estão nele", afirmou o Palácio do Planalto em comunicado nesta quarta-feira.

Para arcar com o Bolsa Família de 600 reais e outras ações prioritárias, o governo Lula conseguiu aprovar no Congresso antes mesmo de tomar posse a chamada PEC da Transição, que ampliou o teto de gastos deste ano em 145 bilhões de reais.

Na terça-feira, Lula participou da reinstalação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que fora extinto por Bolsonaro.

Nos últimos anos, o Brasil voltou ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), de onde havia saído em 2014, último ano do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, após a ampliação de políticas públicas de distribuição de renda iniciada no primeiro governo de Lula.

Segundo dados do Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, do ano passado, 33,1 milhões de pessoas não tinham garantido o que comer no Brasil. O estudo apontou ainda que 58,7% da população convive com algum grau de insegurança alimentar.

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