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Lula compara Lemann a Eike Batista e diz que rombo na Americanas 'não é pedalada, é motociata'

Em entrevista à RedeTV!, Lula afirmou ainda que o mercado ficou "em silêncio" frente ao anúncio do rombo bilionário na varejista

2 fev 2023 - 18h44
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou o empresário Jorge Paulo Lemann, um dos maiores acionistas da Americanas, a Eike Batista, em referência a possibilidade de fraude fiscal envolvendo a varejista. Lula disse ainda que o rombo na companhia "não é pedalada, é motociata".

O petista ainda defendeu que o mercado financeiro permanece "em silêncio" frente ao escândalo fiscal que atinge a empresa, enquanto "fica nervoso" quando o governo trata de temas na área social. As declarações foram dadas ao jornalista Kennedy Alencar, em entrevista para a RedeTV!.

"Esse Lemann era vendido como o suprassumo do empresário (mais) bem-sucedido do planeta Terra", disse Lula. "Ou seja, vai acontecer o que aconteceu com o Eike Batista. As pessoas vendem uma ideia que eles não são, na verdade", completou, mencionando a situação financeira da Ambev, símbolo dos investimentos do principal trio de acionistas da Americanas, que inclui, além de Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Eike Batista perdeu grande parte sua fortuna após a revelação de seu envolvimento em escândalos de corrupção. O empresário chegou a ser preso por conta de desdobramentos da Operação Lava Jato.

Lula comparou Jorge Paulo Lemann a Eike Batista em entrevista veiculada nesta quinta-feira
Lula comparou Jorge Paulo Lemann a Eike Batista em entrevista veiculada nesta quinta-feira
Foto: Wilton Junior/Estadão - 27/01/2023 / Estadão

Questionado sobre a situação da Americanas, onde, segundo o entrevistador, "há uma fraude evidente, uma pedalada evidente", Lula respondeu dizendo que "não é nem pedalada, é motociata". A fala faz referência aos deslizes fiscais que embasaram o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e às manifestações de moto realizadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante boa parte de seu mandato.

Mercado 'em silêncio'

Lula ainda comparou a reação do mercado financeiro à divulgação do rombo na varejista com as reações sobre anúncios do governo referentes a propostas na área social. "O que eu fico chateado, qualquer palavra que você fale na área social, qualquer palavra que você fale: 'vou aumentar o salário mínimo em R$ 0,10', 'vamos recorrigir o Imposto de Renda', 'precisamos melhorar (a vida dos pobres)', o mercado fica muito nervoso, o mercado fica muito irritado", afirmou.

Segundo o petista, a divulgação no rombo da varejista não incitaria as mesmas reações no mercado. "Agora, um deles joga fora $ 40 bilhões (sic) de uma empresa que parecia ser a mais saudável do planeta Terra e esse mercado não fala nada, ele fica em silêncio. Por que tanto amor pelos grandes e tanto desinteresse pelos menores?", disse Lula.

Estadão
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