Lula critica taxa de juros durante ato de 1º de maio e culpa Selic por desemprego
Presidente afirmou que a Selic é a culpada peelo índice de pessoas sem ocupação no País
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou durante ato das centrais sindicais em São Paulo no começo da tarde desta segunda-feira, 1º, em comemoração ao Dia do Trabalho. O pestista voltou a criticar a taxa de juros e culpou a Selic pelo desemprego no País.
"A gente não poder viver mais em um país aonde a taxa de juros não controla a inflação, ela controla, na verdade, o desemprego nesse país porque ela é responsável por uma parte da situação que nós vivemos hoje", declarou.
Nos primeiros quatro meses de governo, Lula e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, entraram em rota de colisão. O presidente já critou inúmeras vezes a taxa Selic, mantida em 13,75%, o maior valor em mais de seis anos. Em sua última reunião, o Copom considerou necessário manter a taxa de juros altas para segurar a inflação.
Ao lado de Lula no palco, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, defendeu a redução da taxa de juros e chamou Campos Neto de "picareta". "Tem de cair a taxa de juros, tem de cair esse picareta do Campos Neto. A partir de amanhã o movimento sindical está em campanha permanente pela queda da taxa de juros", disse.
Além de tratar do aumento anunciado do salário mínimo a R$ 1.320 e da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.640, o presidente disse ter a intenção de regulamentar o trabalho em aplicativos.
Também afirmou que determinou estudos para avaliar a desoneração do pagamento da participação dos lucros dos trabalhadores, o chamado PLR, que poderia ocorrer já no próximo ano. Ele chamou de "absurdo" o pagamento de imposto sobre o Programa de Participação nos Lucros e Resultados.
"Se o patrão não paga imposto de renda sobre lucro e dividendo, porque os trabalhadores têm que pagar imposto no PLR? Estamos estudando, quem sabe para o próximo ano. O trabalhador não pode pagar imposto de renda sobre a participação dele no lucro da empresa", reclamou o presidente durante discurso no ato unificado das centrais sindicais realizado hoje no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.
Segundo Lula, o fim da cobrança do imposto foi um pedido das centrais em reunião com ele e com Haddad.
Lula ainda anunciou duas novas universidades federais em São Paulo. Uma delas em Osasco e outra na zona leste da capital paulista, que seria entregue até o 2026. O presidente disse já ter tratado do assunto com o ministro da Educação Camilo Santana e também prometeu concluir a Universidade Federal do ABC.
Apesar de convidado pela União Geral dos Trabalhadores, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não esteve presente no ato para ir ao Agrishow, em Ribeirão Preto, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Participaram do evento os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Luiz Marinho (Trabalho), Paulo Pimenta (Comunicação Social) e Cida Gonçalves (Mulher).
*Com informações do Estadão Conteúdo