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Lula diz que alta do dólar é consequência de especulação e pede que BC investigue

28 jun 2024 - 08h57
(atualizado às 10h15)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que os recentes ganhos do dólar contra o real são consequência de especulação com derivativos, acrescentando que o Banco Central tem a obrigação de investigar a situação.

"Por que o dólar está subindo? Porque tem especulação com derivativos na perspectiva de valorizar o dólar e desvalorizar o real. E o Banco Central tem a obrigação de investigar isso", disse Lula em entrevista à rádio FM O Tempo, durante visita a Minas Gerais.

A divisa norte-americana atingiu seu maior valor de fechamento no Brasil desde janeiro de 2022 na quarta-feira, quando chegou a 5,5191 reais na venda após alta de 1,18% na sessão.

Nas últimas semanas, o dólar tem acumulado uma série de ganhos sobre o real em meio a preocupações de investidores com as contas públicas brasileiras e com declarações de Lula sobre a política fiscal e a condução da política monetária pelo BC.

O presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, chegou a constatar na véspera que as falas do chefe do Executivo impactam negativamente preços de mercado e que o efeito desses movimentos pode dificultar a atuação da autoridade monetária.

Na entrevista desta sexta-feira, Lula voltou a criticar à imprensa por associar as altas do dólar às suas declarações, negando influência sobre o desempenho da moeda norte-americana contra o real.

Ele já havia dito na quinta-feira que os investidores que apostarem no fortalecimento do dólar ante o real vão "quebrar a cara" e perder dinheiro.

Economistas têm piorado suas projeções para o dólar neste ano. Na mais recente pesquisa Focus, a taxa de câmbio é vista em 5,15 reais ao fim deste ano e também do próximo.

NOVAS CRÍTICAS AO BC

Nesta manhã, Lula voltou a criticar o patamar atual da taxa Selic, a 10,50% ao ano, afirmando que o nível dos juros é "irreal" diante de uma inflação que está "controlada".

Ele reiterou seu compromisso com o controle das altas dos preços, dizendo que "eu não brinco com a inflação. Não quero que a inflação coma o salário do trabalhador".

O presidente também teceu novas críticas a Campos Neto, enfatizando o fato de o chefe do BC ter sido indicado por Jair Bolsonaro para o cargo.

"Ele é presidente do Banco Central do governo anterior. É importante lembrar que ele pensa ideologicamente igual o governo anterior. Eu acho que ele não está fazendo o que deveria ter feito corretamente", disse.

"Isso vai poder melhorar quando eu puder indicar o presidente e a gente vai construir uma nova filosofia."

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu interromper um ciclo de sete cortes consecutivos na Selic e manter os juros no patamar atual, justificando a escolha pelo aumento das incertezas no cenário externo e doméstico.

Lula acusa a autoridade monetária de defender os interesses do mercado financeiro e de especuladores que lucrariam com uma taxa de juros alta.

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